Talvez hoje
estamos correndo atrás de muitas coisas na vida, e estas ações intencionalmente
ou não vão nos refletir para o meio em que vivemos, quer dizer, as pessoas vão
criar uma imagem de nós a partir daquilo que podem ver externado nas nossas
vidas.
Mas, como
vamos ser lembrados? Tendo pretensão ou não, é fato que vamos ser lembrados, e
talvez muito de nós estejamos procurando impressionar o mundo com as coisas
fúteis desta vida, coisas que nos dão prazeres momentâneos, e que em sua
essência são passageiras e que facilmente podem ser arrancadas de nós.
Como queremos
ser lembrados? Como os grandes faraós, estamos acumulando títulos, riquezas,
fama, grandes feitos, como se pudéssemos desfrutar deles na vida após túmulo.
Tudo o que produzimos em termos de valores desse mundo, acabará durante e ao
findar desta vida, e talvez sejamos lembrados por eles.
Nas Escrituras
encontramos o registro da história de homem e pelo que ele foi lembrado. A
história dele é riquíssima e cheia de lições espirituais para a vida.
Das várias
intenções do autor do livro, gostaria de destacar ênfase dada por ele sobre a
lembrança que devemos ter dele sempre que ouvirmos o seu nome. O que o autor
destaca apesar de mencionar na sua história, não são os seus feitos, suas riquezas,
sua influência, sua família, sua ascensão, seu declínio, sua restauração, mas
algo que ninguém pôde tirar dele: “O SEU CARÁTER SANTO”.
Estou falando
sobre Jó, sua história se deu no período dos patriarcas, mas o livro foi
estruturado no período dos reis, por isso é considerado como poesia.
O caráter santo de Jó é destacado logo no início do
livro pelo autor: “Havia
um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente
a Deus e que se desviava do mal. Jó 1.1”. o autor ainda
destaca que Jó tinha um cuidado especial com a vida espiritual de seus filhos,
santificando-os e sendo um sacerdote dos seu lar: “Decorrido o turno de
dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava;
levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos
eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus
em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente. Jó 1.5”.
Na sequência o caráter santo de Jó é assunto
duas vezes de conversa entre Deus e Satanás. “Perguntou ainda o SENHOR
a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a
ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia
do mal. Jó 1.8”. “Perguntou
o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra
semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia
do mal. Ele conserva a sua integridade, embora me incitasses contra ele,
para o consumir sem causa. Jó 2.3”.
A santidade de Jó apesar de duvidada
é reconhecida pelo próprio Satanás: “Então, respondeu Satanás
ao SENHOR: Porventura, Jó debalde teme a Deus?Jó 1.9”.
A
santidade de Jó também foi reconhecida por sua esposa: “Então,
sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e
morre. Jó
2.9”.
Os amigos de Jó também sabiam do
seu proceder santo, apesar de o terem acusado de ter pecado. Olha o que diz
Elifaz a Jó: “Porventura,
não é o teu temor de Deus aquilo em que confias, e a tua esperança, a
retidão dos teus caminhos? Jó 4.6”.
Em várias partes do livro podemos notar o entendimento e o
compromisso de Jó com a santidade. Em Jó 28.28 Ele relata que Deus estabeleceu
a sabedoria E
disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal
é o entendimento. E no capítulo 31 ele apresenta um padrão ético de santidade
que havia desenvolvido com o próximo e com Deus.
Apesar de
Jó hoje ser lembrado como alguém que teve paciência, como menciona Tiago, ele
também deve ser lembrado muito mais por seu caráter santo, que de fato o capacitou para ser paciente
diante das provações que passou.
E nós?
Como queremos ser lembrados? Ou como vamos ser lembrados? O que queremos é o
nosso desejo, aquilo que imaginamos de como vamos ser lembrados. Como vamos ser
lembrados fala do resultado das nossas ações, que muitas vezes discordará dos
nossos desejos.
Com o
tempo, os nossos títulos serão apenas papeis velhos e mofados, os nossos bens
como algo que vamos deixar para os outros; os nossos feitos, obscurecidos por
realizações maiores; a nossa fama evaporada.
Mas sabe
o que não podem tirado de nós? O que não será esquecido nesta vida e na
eternidade? O nosso caráter santo, a nossa vida de temor a Deus. Deus nunca
esquecerá de nós, da nossa vida de santidade a Ele, das nossas lutas contra o
mundo, o Diabo e a nossa natureza pecaminosa.
Acredito
que é assim que devemos ser lembrados. Como homens e mulheres que tiveram uma
vida de temor a Deus, como homens e mulheres que durante sua vida se desviaram
do mal, que foram íntegros e retos diante de Deus e dos homens.
Deus se
lembrarás de nós, e o nosso desejo deve ser que Ele se lembre como Jó: “Observaste
o meu servo _____________? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro
e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.” .