Maria Lene Soares Simões nasceu no dia 10 de junho de 1947,
casada com Francisco Assis Simões, o Gatoso, concebeu quatro filhos, Daniel,
Mariana, Jonas e Davi. Com os filhos, vieram as noras, o genro, e os netos. Uma
linda família que Deus abençoou. Pertencia
à Igreja Batista Regular do Novo Juazeiro, tendo sido batizada no dia 04 de
Setembro de 1988, pelo pastor Luís Pessoa (in memoriam). Atuou em diversas
áreas da igreja local e iniciou o departamento infantil.
Acredito que todos têm uma história engraçada para contar de
tia Lene. Essa era uma das suas marcas, a alegria. Sempre divertida e sorrindo,
tia Lene fazia de cada momento uma festa, de cada oportunidade um motivo para
animar e alegrar o coração de qualquer um que entrasse em contato com ela. Ela
aprendeu que a alegria do Senhor era a sua força (Ne 8.10), e por isso, não
havia tempo ruim que tirasse o seu sorriso. Como nos fará falta!
Mas também, além de alegre, tia Lene era uma pessoa
entusiasmada, empolgada, e sempre ativa nos seus empreendimentos. Seus projetos
sempre foram bem organizados e caracterizados pelo otimismo. Sempre pensando
além, tia Lene traçava seus objetivos, contagiava um, despertava outro, e com
sua determinação alcançava o que havia planejado. Em certos momentos, ficávamos
até a pensar: como ela consegue? De onde vem tanta energia? Tanta euforia?
Todos sabíamos que vinha do Senhor, pois a alegria de Deus era a força que a
motivava para empreender com tanta ousadia e responsabilidade.
A alegria e o entusiasmo fizeram dela uma pessoa serva. Tia
Lene escreveu sua história com o amor em servir a Deus e também as pessoas.
Quem a conheceu quando criança que não ganhou um presente seu? Quem nunca
recebeu de tia Lene um cartãozinho feito com todo carinho e até ajuda física?
Quem nunca ouviu dela palavras encorajadoras? Ela tinha um coração abençoador e
de muitas formas procurava alegrar a vida das pessoas.
Nesses últimos anos, nós pudemos ver tia
Lene sorrir e chorar. Ela estava um tanto angustiada, porque não conseguia
fazer mais aquilo que sempre gostou: “Pregar o evangelho para as pessoas.” Sua
saúde já não era a mesma.
Tia Lene, costumava evangelizar no bairro, nas escolas, nos
asilos, hospitais e em trabalhos de fundação de igrejas. Foi assim, na cidade
de Exu: ela, seu Assis e um grupo de irmãos iniciaram um trabalho na terra do
rei do baião, e lá deixaram uma igreja do Rei do reis e Senhor dos senhores.
Também, lá no sitio Caiçara, em meio a chuvas, estradas
barrentas e escuras, o casal missionário ia todo final de semana para
evangelizar, e mais uma igreja foi fundada.
E por último, depois de algum tempo insistindo, eles
iniciaram um trabalho em Aurora, no bairro Araçá, um local mesmo no meio do
quente da cidade. E ali, eles trabalharam até não poderem ir mais por motivos
de saúde.
Em 2018, ao visitá-la no hospital, expressou uma grande
saudade de suas atividades e de suas crianças da Escola Vida. Mostrou-me um
vídeo das crianças mandando mensagens pera ela. Eu disse: tia Lene, Deus tem
almas aqui nesse hospital para salvar, então aproveite. Ela, “sim, pastor, já
ganhei uma”.
Essa foi a vida de tia Lene: Crianças, adolescentes, jovens,
adultos e idosos foram marcados pela impactante vida. E hoje, estamos tristes
pôr a termos perdido, mas alegres pôr a termos conhecido. E a saudade que temos
será compensada com as boas lembranças e o seu exemplo de serva do Senhor.
Como Paulo disse em 2 Coríntios 2.14-16, tia Lene, por meio
de Cristo, exalou a fragrância do conhecimento de Deus, pois ela era o bom
perfume de Cristo. Para os que foram alcançados com a pregação do evangelho,
ela foi um aroma de vida; mas para os que rejeitaram, como cheiro de morte. E
tenho certeza que ela diria duas palavras para todos nós:
Meus amores, vocês que ainda não aceitaram a Cristo, se
arrependam, abandonem suas vidas de pecado, pois caso contrário, o inferno lhes
aguarda.
Mas também, diria: meus amores, continuem a obra que Deus me
permitiu iniciar, vão e evangelizem, saiam dos bancos da igreja e exalem o bom
perfume de Cristo.
Eita, Tia Lene! A senhora está com Cristo, mas ainda nos
contagiando com sua vida e obra.
Aos 72 anos, tia Lene partiu, foi alegrar o céu, imagine como
ela está feliz agora, juntamente com o Pai de amor, que a recebeu nos seus
braços, aliviou dela todas as dores e angústias que carregava por conta do seu
frágil corpo. Ela foi, mas seu perfume ainda estará exalando em nossas boas
lembranças, e que a sua vida sirva de exemplo, para que mais “Lenes” se
levantem em nosso meio, e possam marcar as pessoas como bons perfumes de
Cristo.
Francisco Soares Teixeira Júnior