terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O Uso das Redes Sociais



Grande tem sido o espanto quando refletimos sobre o comportamento, nas últimas décadas, das pessoas no contexto das redes sociais. Apesar de alguns a usarem de forma digna, há, todavia, uma grande massa que tem utilizado deste fenômeno de comunicação de forma absurda e escandalosa.    
Para alguns, as redes sociais se tornaram uma maneira de terem suas vozes ouvidas. Umberto Eco*, escritor e filósofo italiano, falando sobre as mídias sociais, disse que elas deram o direito de fala a pessoas comuns, que antes não tinham nenhuma influência e que não causavam nenhum dano à sociedade.
Com essa oportunidade, muitos têm sido hostis em suas publicações. Soltam os dedos contra tudo aquilo que acham estar errado ou em desacordo com suas ideias. Teclam sobre as desigualdades sociais, protestam contra crimes hediondos, desabafam com os escândalos políticos, denunciam a decadência da saúde, etc. Querem ter direto a fala da mesma forma que um ganhador do Prêmio Nobel tem, afirma Umberto.
Há também um aspecto contrastante no uso das redes sociais. Apesar da multiplicidade de meios de comunicação que elas proporcionam, nota-se lá no fundo uma grande carência de relacionamentos interpessoais, de uma comunicação mais próxima e íntima das pessoas.
Esse desejo de ser ouvido, em certo sentido, mostra o quanto as pessoas ainda se tornaram dependentes da comunicação virtual, em virtude de uma ausência de pessoalidade. Notamos isso várias vezes através do conteúdo de suas postagens como, por exemplo, alguém colocou no seu status “estou sem sono” ou “me sentindo sozinho”. E vários outros exemplos que expressam um desejo de ter a atenção de alguém.
Por outro lado, essa impessoalidade da comunicação das redes sociais cria em seus usuários um espírito corajoso e destemido, que na verdade poderíamos chamar de um estilo covarde, igual a um jovem que termina o relacionamento afetivo com sua namorada pelo telefone. O que observamos é que as pessoas se sentem mais à vontade para falar aquilo que nunca teriam coragem de dizer pessoalmente. Expressar sentimentos e emoções que jamais externariam face a face.
Umberto ainda relatando sobre o direito de fala que as redes sociais deram as legiões, diz que elas anteriormente agiam assim, somente após serem influenciadas pelo vinho. Todos sabemos que os bêbados são “ricos e valentes”.  Como o álcool, as redes sociais quebram as barreiras da autocensura, que antes eram sustentadas pelo freio social. Nos sentimos mais livres e corajosos para dizer o que quisermos a quem desejarmos. Demonstramos ser quem de fato somos interiormente sem nenhuma reserva.  
Depois de discorrer de forma rápida sobre estes três aspectos que as redes sociais apresentam, como um filho de Deus, gostaria de apresentar alguns conselhos pessoais para não cairmos nesta falha no uso das redes sociais.
O primeiro é: Apresente todo seu descontentamento mundial para Deus. Ele é o Justo Juiz, e a seu tempo, exercerá a Sua reta justiça sobre todos os pecadores, inclusive, você e eu. Ao invés de quebrar o mandamento de amar o próximo ou mesmo o inimigo, com a maledicência, pratique o mandamento de orar uns pelos outros conforme Tiago 5.16.
O segundo é: Supra toda sua carência de vida em Deus. Deus é a fonte de águas vivas que supre a necessidade espiritual humana (Jr 2.13). Nós devemos ser como árvores plantadas junto a essa fonte (Sl 1.3). Deus é pleno, e deve ser suficiente para suprir qualquer carência humana que tivermos. O salmista estava com sua alma sedenta da presença de Deus, e por isso desejava adorá-lo no seu Templo (Sl 42).
O terceiro é: Vigie o seu enganoso coração. Nem tudo que há em nossos corações deve ser externado, pelo contrário, repelido, trancado. Como o próprio Salomão disse, precisamos guardar nossos corações, para que dele procedam sempre fontes de vida (Pv 4.23).
O fenômeno das redes sociais irá continuar e superar a cada dia a situação atual, mas cabe a nós como filhos de Deus, usar de forma correta esta ferramenta para o engrandecimento do reino de Deus, sem desonrar o Seu Glorioso Nome, sem escandalizar nossos irmãos pelos quais Cristo morreu, e nem ofender aqueles que ainda estão perdidos nas trevas de pecados.

*http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160220_frases_umberto_eco_rb

domingo, 12 de fevereiro de 2017

A CONTRIBUIÇÃO PARA A OBRA DO SENHOR




O prazo terminou e eles não queriam mais voltar para o seu país. Depois de mais de setenta anos, muitos até nem tinham nascido lá, não tendo nenhum laço nacionalista. Vários deles tinham vidas prósperas com boas posições nos países estrangeiros que foram espalhados por conta de sua idolatria, depois de terem sido levados como prisioneiros de seu país.
Além de tudo isso, o seu país de origem estava devastado por conta da guerra. As portas da cidade permaneciam ainda queimadas, os muros destruídos, e o povo que havia voltado estava em extrema miséria. Talvez, na mente deles, Deus haviam abandonado a sua aliança, e voltar para uma nação arrasada pela permissão do próprio Deus não era uma boa opção.
Estou falando do povo de Israel que viveu depois do cativeiro babilônico. Devido a esse contexto citado, Deus levantou um cronista para registrar uma narrativa histórica dentro de uma perspectiva espiritual e teológica.
O livro das Crônicas foi propositalmente escrito para encorajar o remanescente judaico que havia voltado do cativeiro, e despertar aqueles que ainda não haviam voltado.
Para isso, ele traça um plano genealógico de todo povo de Israel, focando em Davi e sua linhagem, a quem Deus escolheu para permanecer para sempre no trono de Israel.
Ele deixa muito claro que a situação atual do povo era decorrente do pecado da idolatria, em que insistentemente se envolveram, lhes custando a destruição da cidade e principalmente do Templo do Senhor.
Ele fecha o livro citando o decreto do rei Ciro, da Pérsia, a quem Deus o chamou de pastor, dizendo: 2 Crônicas 36.
22 Porém, no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do SENHOR, por boca de Jeremias, despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:
23 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá; quem entre vós é de todo o seu povo, que suba, e o SENHOR, seu Deus, seja com ele.
Com isto, ele queria incentivar o povo a reconstrução do templo para que adorassem a Deus da maneira correta. Apesar desta passagem ter sido a sua cartada final, durante todo o livro ele desafiou o povo de Israel a voltar e edificar a casa do Senhor.
No capítulo 29 do seu primeiro livro, ele narra a preparação da construção do primeiro Templo feita por Davi. Neste capítulo encontramos a visão correta que Davi tinha da obra de Deus, a contribuição do povo, e preciosas lições para nossas vidas em relação ao nosso trabalho na Obra do Senhor.
O cronista, usando o exemplo de Davi, destaca dois entendimentos principais que precisamos ter para com a realização da obra do Senhor.
O primeiro entendimento é da grandeza da Obra de Deus.
Em capítulo 29.1, Davi diz que esta obra é grande, destacando três indícios de grandeza: 1) Deus escolheu de forma bem pensada Salomão para esta construção; 2) Não havia ciúmes ou competição; 3) e a obra era realizada para o SENHOR Deus.
Baseada nestas observações do texto, podemos dizer que Deus tem obras específicas para cada um de nós, assim como Ele fez com Salomão. Segundo, nossa humildade irá engrandecer a obra de Deus vencendo qualquer orgulho ou ciúmes. Terceiro, o nosso olhar deve se voltar para Deus e não para as pessoas.
O segundo entendimento necessário é a dedicação no serviço do Senhor. Davi nos apresenta três tipos de dedicação: 1) a diligente: ele diz que com toda sua força preparou matérias para a construção; 2) a amorosa: ele afirma que por conta do seu amor, ele deu dos seus tesouros particulares; 3) a cativadora, com o seu exemplo ele motivou os líderes a também contribuírem.
Esse entendimento de dedicação deve nos levar a fazer um teste de nosso serviço e avaliarmos o quanto somos dedicados a Deus. O primeiro teste é o do esforço. Será que tenho me empenhado na obra de Deus? Realizando esta obra com toda as minhas forças? O segundo teste é o do amor. Será que minha dedicação é amorosa ao ponto de eu fazer além daquilo que me exigido? O terceiro teste é o da cativação. Quantas pessoas estão sendo direta e indiretamente influenciadas por meu trabalho para Deus?
O resultado obtido por Davi após conversar com os líderes de Israel, foi maravilhoso. Eles, de coração aberto, contribuíram livremente para a construção da casa de Deus, sendo um motivo de grande alegria e satisfação.
Que essa cena se repita hoje em nossas vidas e na vida de nossa igreja. Pessoas alegres e livremente contribuindo com o seu serviço a Deus.


domingo, 5 de fevereiro de 2017

O Homem Quebrantado



Mesmo depois de passados nove meses, ele continuava sua vida do mesmo jeito, seguindo sua rotina normalmente, desempenhando suas funções políticas e regularmente suas atividades religiosas.
Não sei como, mas ele tentou viver sua vida ignorando, ou tentando esquecer, seu grande pecado. Apesar de muitas vezes, como ele mesmo disse depois, sentir-se esmagado pelo próprio Deus, envelhecido pelos seus gemidos e sem vigor, ele continuou ignorando sua rebeldia, e servindo a Deus como se nada tivesse acontecido.

Mesmo depois de passados nove meses, ele continuava sua vida do mesmo jeito, seguindo sua rotina normalmente, desempenhando suas funções políticas e regularmente suas atividades religiosas.
Não sei como, mas ele tentou viver sua vida ignorando, ou tentando esquecer, seu grande pecado. Apesar de muitas vezes, como ele mesmo disse depois, sentir-se esmagado pelo próprio Deus, envelhecido pelos seus gemidos e sem vigor, ele continuou ignorando sua rebeldia, e servindo a Deus como se nada tivesse acontecido.
Na sua mente então, por alguns momentos, ele poderia esquecer tal fato, e pensar que Deus também esqueceria, estando assim conversados. E sua vida de adoração a Deus continuaria na grande ilusão de que seus sacrifícios e sua vida pessoal estariam agradando a Deus.
No entanto, apesar de tão cegado pelo seu pecado, Deus não esqueceu o que ele fez, Deus não fez vista grossa mediante sua rebeldia, e com um toque de graça, o confronta desafiando-o a voltar-se para Ele.
E como resultado dessa atitude graciosa de Deus temos dois belos salmos que descrevem o verdadeiro arrependimento do homem pecador. Os salmos 32 e o 51. Ambos de Davi, o rei de Israel.
Nos salmos 32 temos o homem bem-aventurado, que na visão do Salmo é aquele que o Senhor perdoa. E nos salmos 51 temos o homem quebrantado.
O homem quebrantado, como já vimos, é aquele que reconhece a seriedade do seu pecado, e por isso o clamor de arrependimento é baseado nos atributos de Deus: sua compaixão, sua benignidade, ou seja, sua bondade amorosa, sua misericórdia que fala do seu amor profundo. (51.1)
Reconhecendo também a seriedade do pecado, o homem quebrantado confessa seus horríveis pecados a Deus. Ele reconhece suas transgressões, quer dizer, sua rebelião contra Deus; ele sabe da insistência do pecado em lhe tirar o caminho, desviando-o do alvo de agradar a Deus; e sabe que desde o seu nascimento já foi contaminado com a iniquidade, e por isso é capaz de cometer crimes hediondos. (51.3-6)
Por isso, o homem quebrantado suplica o perdão completo de Deus, pedindo a purificação do seu pecado, suplicando que Deus remova a massa do pecado de sua vida; ao mesmo tempo, deseja ser lavado do seu pecado, querendo ficar como uma pessoa que tomou um banho após um jogo de futebol na chuva; ele ainda, por reconhecer quão sério é o pecado, clama a Deus que apagasse o seu pecado, que ele fosse perdoado completamente e nenhum mínimo de resquício ficasse. (51.7-9)
Mas o homem quebrantado não para por aí, ele sabe que sua luta contra o pecado não tem fim e por isso ele pede a Deus o seu fortalecimento espiritual. Sua súplica é por um coração novo, criado pelo próprio Deus; um espírito renovado, reconstruído, uma firmeza interior; uma permanência na presença de Deus em um relacionamento espiritual e uma sustentação constante e firme, incapaz de cair.  (Salmos 51.10-12).
Estes primeiros doze versículos nos mostraram que o homem quebrantado sabe da seriedade do pecado e por isso, age dessa maneira diante de Deus, a quem ofendeu, reconhecendo que Deus se agrada de uma vida íntima com perfeita harmonia a Sua pessoa.
Mas o restante do Salmo irá nos apresentar que além de reconhecermos a seriedade do pecado, precisamos também reconhecer a seriedade da adoração pública a Deus.
Na verdade, o salmo não apresenta um duplo estilo de vida, pessoal e público diante de Deus, mas irá nos mostrar, que a adoração que agrada a Deus é fruto de um espírito quebrantado diante dEle.

Na sua mente então, por alguns momentos, ele poderia esquecer tal fato, e pensar que Deus também esqueceria, estando assim conversados. E sua vida de adoração a Deus continuaria na grande ilusão de que seus sacrifícios e sua vida pessoal estariam agradando a Deus.
No entanto, apesar de tão cegado pelo seu pecado, Deus não esqueceu o que ele fez, Deus não fez vista grossa mediante sua rebeldia, e com um toque de graça, o confronta desafiando-o a voltar-se para Ele.
E como resultado dessa atitude graciosa de Deus temos dois belos salmos que descrevem o verdadeiro arrependimento do homem pecador. Os salmos 32 e o 51. Ambos de Davi, o rei de Israel.
Nos salmos 32 temos o homem bem-aventurado, que na visão do Salmo é aquele que o Senhor perdoa. E nos salmos 51 temos o homem quebrantado.
O homem quebrantado, como já vimos, é aquele que reconhece a seriedade do seu pecado, e por isso o clamor de arrependimento é baseado nos atributos de Deus: sua compaixão, sua benignidade, ou seja, sua bondade amorosa, sua misericórdia que fala do seu amor profundo. (51.1)
Reconhecendo também a seriedade do pecado, o homem quebrantado confessa seus horríveis pecados a Deus. Ele reconhece suas transgressões, quer dizer, sua rebelião contra Deus; ele sabe da insistência do pecado em lhe tirar o caminho, desviando-o do alvo de agradar a Deus; e sabe que desde o seu nascimento já foi contaminado com a iniquidade, e por isso é capaz de cometer crimes hediondos. (51.3-6)
Por isso, o homem quebrantado suplica o perdão completo de Deus, pedindo a purificação do seu pecado, suplicando que Deus remova a massa do pecado de sua vida; ao mesmo tempo, deseja ser lavado do seu pecado, querendo ficar como uma pessoa que tomou um banho após um jogo de futebol na chuva; ele ainda, por reconhecer quão sério é o pecado, clama a Deus que apagasse o seu pecado, que ele fosse perdoado completamente e nenhum mínimo de resquício ficasse. (51.7-9)
Mas o homem quebrantado não para por aí, ele sabe que sua luta contra o pecado não tem fim e por isso ele pede a Deus o seu fortalecimento espiritual. Sua súplica é por um coração novo, criado pelo próprio Deus; um espírito renovado, reconstruído, uma firmeza interior; uma permanência na presença de Deus em um relacionamento espiritual e uma sustentação constante e firme, incapaz de cair.  (Salmos 51.10-12).
Estes primeiros doze versículos nos mostraram que o homem quebrantado sabe da seriedade do pecado e por isso, age dessa maneira diante de Deus, a quem ofendeu, reconhecendo que Deus se agrada de uma vida íntima com perfeita harmonia a Sua pessoa.
Mas o restante do Salmo irá nos apresentar que além de reconhecermos a seriedade do pecado, precisamos também reconhecer a seriedade da adoração pública a Deus.
Na verdade, o salmo não apresenta um duplo estilo de vida, pessoal e público diante de Deus, mas irá nos mostrar, que a adoração que agrada a Deus é fruto de um espírito quebrantado diante dEle.
 Continua...