domingo, 16 de agosto de 2020

Como a Morte Espiritual é evidenciada?

Ainda refletindo em Gênesis sobre a morte, observaremos agora as evidências na vida de Adão e Eva da morte espiritual causada pelo pecado.  

  Depois de convencida pela serpente, Eva comeu do fruto proibido e deu ao seu marido. Note o que imediatamente o ato do pecado da desobediência, gerando a morte, causou na vida deles. Olha o que diz Gênesis 3.7: “Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.”

O pecado ao entrar na vida de Adão e Eva os matou. Agora eles estão com outros olhos, olhos abertos ao pecado. Eles são outras pessoas, são estranhos, não conseguem mais se olharem nus. Aquele Adão não é mais o mesmo; Eva não consegue mais vê-lo sem constrangimento. Aquela Eva sumiu, com os novos olhos oferecidos pela morte, Adão precisa cobrir a sua nudez daquela estanha.

O interessante a se destacar é que isso não havia antes. Moisés enfatiza isso no final do capítulo 2.25, antes de iniciar o texto da queda: Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.  

O verbo envergonhar fala de um sentimento de culpa por ter feito algo de errado. Além disso, o verbo está num grau que traduz a ideia de reciprocidade. Isso significa que Adão não tinha vergonha de Eva e nem Eva de Adão por estarem nus, pois não havia nenhum sentimento de culpa, uma vez que a nudez em sim não era algo errado.  

O pecado matou a natureza pura e espiritual que havia em Adão e Eva. Uma natureza tão perfeita que eles poderiam conviver nus sem nenhuma vergonha. Agora, eles precisam de folhas para esconderem a vergonha que sentem por causa do pecado que não os permitem mais olhar a nudez do outro com os olhos da santidade.

Além disso, o pecado também matou aquele homem Adão, amigo de Deus. Foi criada uma inimizade no coração do homem para com Deus. No verso 8, temos um Adão fugitivo, escondendo-se como um criminoso: “Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim. Gênesis 3:8”.

Ele não vê Deus mais como o seu Senhor bondoso que deu a ele um lar, um trabalho, uma bonita mulher, um propósito de vida. Agora, Deus é alguém de quem precisava se esconder. Aquela intimidade e companheirismo, aquelas conversas e orientações ficaram enterradas com o Adão que morreu. O que está vivo é um novo homem que tem Deus como alguém que deve se distanciar; que tem Deus como um ser amedrontador, e por isso, precisa se esconder.

  A resposta de Adão para Deus aponta para isso: “E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. Gênesis 3:9,10.”

Notem outra evidência da morte espiritual de Adão, a auto justificação. Ele não diz claramente que comeu do fruto proibido, ele não se declara como culpado e clama o perdão de Deus. Ele apresenta a desculpa da nudez e do medo como sendo os motivos para se esconder de Deus.

Mas o Senhor o replica Gênesis 3.11: “Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?” Adão já sabia que estava nu, e Deus pergunta o mesmo. A ideia por trás da pergunta de Deus baseada na definição do verbo fazer saber (relatar) é: quem te declarou que a nudez é vergonhosa? Quem te fez olhar para mais além na nudez? Quem te fez olhar mais exageradamente? Quer dizer, com outros olhos, de modo errado?

Adão não responde as duas perguntas de Deus, e temos mais uma evidência da sua morte espiritual: “Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Gênesis 3:12”. Agora a culpa é da mulher que o Senhor o havia dado. Adão coloca a culpa diretamente em Eva e de forma indireta em Deus. E quando confrontada pelo pecado, Eva coloca a culpa na serpente. Foi um jogo de auto justificação e transferência de culpas.

A morte espiritual acabou com o Adão amigo de Deus, ele agora é um outro ser tão morto no seu pecado, que além de não se apresentar como culpado, não é capaz de responder simples perguntas de Deus.

Deus perguntou: “onde está?” Adão respondeu estou nu, com medo, escondido. Deus não perguntou como ele estava, mas onde estava. Deus perguntou: “Quem te fez saber que estava nu?” Essa pergunta ele nem respondeu, e a outra também não. Deus perguntou: “Comeste da árvore?” Ele deveria ter respondido sim. Mas ele reponde: foi a mulher que me deu a comer”. Deus não está perguntando quem deu a ele, e sim se ele comeu. E quando pergunta a mulher o que ela havia feito não foi diferente: “fui enganada pela serpente”.   

A morte espiritual de Adão e Eva se demonstra na auto justificação do pecado e transferência da culpa.

sábado, 8 de agosto de 2020

O que causou a Morte Espiritual?

         Definimos morte espiritual como o final da existência do relacionamento entre Deus e o homem. Além disso, a morte colocou o homem em um caminho de sentido oposto ao de Deus, criando um estado de inimizade contínua e ofensiva da parte do homem para com o seu Criador.

Além de apresentar uma definição sobre a morte espiritual, a Bíblia nos diz a sua causa. O relato de Gênesis 3, na história de Adão e Eva, marca o início da morte na humanidade ocasionada pelo pecado.

Em Gênesis 1 e 2, no relato da criação divina, Deus criou todas as coisas e também o homem conforme a sua imagem e semelhança. No capítulo 2.17, o Senhor faz uma advertência a Adão sobre a possibilidade da entrada da morte na história humana. O texto de Gênesis 2.16-17 diz: “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Há uma tríplice advertência nesses versos. A primeira está na ordem de Deus. O versículo diz: “e ordenou o SENHOR Deus”. Era uma ordem que o homem deveria cumprir. Em segundo lugar, há a partícula negativa “não”, “não comerás”. E por último, a dupla advertência no final do verso 17, que nossas versões traduzem com o advérbio de afirmação, “certamente morrerás”, na gramática hebraica, há uma ênfase destacada pela repetição dos mesmos verbos, ficando: “morrendo morrerá”.

Esse mesmo conteúdo que foi dado a Adão foi transmitido e repetido por Eva diante do diálogo com a serpente: Gn 3.2-3 “Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.

Eva foi bem enfática no que diz respeito às ações que evitariam a entrada da morte. Ela disse: não comer, não tocar, para não morrer. Apesar da ordem de Deus está clara na mente de Eva, foi cedida pela ênfase da afirmação negativa da serpente, ao invés da ênfase positiva de Deus. Deus disse: “certamente morrerás”, o diabo colocou apenas um não: “É certo que não morrerás.

Com a desobediência de Adão e Eva, o pecado foi gerado, e consequentemente, a morte. O pecado trouxe o fim da existência daquele homem que perfeitamente se relacionava com Deus. O pecado fez nascer a morte espiritual provocando uma quebra de intimidade e um afastamento do homem de Deus.

Agora o homem morto espiritual, contaminado com o pecado, foi expulso do jardim onde desfrutava da presença santa de Deus, e além disso, também foi sentenciado à morte física.    

Deus os expulsou de sua santa presença, pois o homem agora conhece o mal pela experiência, e é portador do mal. Essa maldade seria não somente transmitida, mas ampliada na vida dos seus descendentes, causando-lhes também a morte espiritual.  Seres contaminados com a maldade e maldição do pecado, e por isso, distantes de Deus.  

A morte espiritual teve seu início na desobediência de Adão e Eva. Ao permitirem o pecado entrar em suas vidas, eles mataram o homem espiritual que Deus criou, dando vida a um novo homem, um homem morto criado pela morte.

 

 

sábado, 25 de julho de 2020

A Bíblia e a Morte Espiritual



 Do que mais você tem medo? O que mais o assusta? Talvez para alguns seja algum inseto, como uma barata ou um gafanhoto. Para outros pode ser altura ou águas profundas. Ainda há quem tenha medo de ficar sozinho ou medo de pessoas desconhecidas. Acredito que todos temos medo de algo ou de alguma situação.
Desde o ano passado, o mundo tem convivido com um vírus que, para muitos, pode ser letal. Esse fato colocou o mundo todo em alerta. Aeroportos e estradas fechados, fábricas e comércio parados, clubes e shopping sem funcionar, escolas e igrejas operando de modo virtual. O mundo quase que parou diante do vírus.
No entanto, o interessante a observar é que, lá no fundo, as pessoas não temem o vírus em si, mas sim, o que ele pode causar, a morte. De fato, o mundo parou por conta do risco que a vida humana sofre diante da morte. A morte é a causa principal do medo que assola a humanidade.
Então, o que fazer? Como podemos viver diante de tão dura realidade? O povo de Deus deve procurar esclarecimento e conforto na sua Palavra. A Bíblia está repleta de informações e verdades sobre a morte, inclusive ela classifica outros tipos de mortes, pelas quais também o homem deve se preocupar a despeito da morte física. Um desses tipos de morte é a espiritual. Mas o que seria a morte espiritual?
Quando pesquisamos uma definição nos dicionários encontramos o fim da existência de um organismo vivo. Uma pessoa que morreu foi porque o seu organismo vivo comandado pelo cérebro parou de funcionar, morreu. Agora, aquela pessoa ou uma planta, por exemplo, não tem mais vida. Então, na essência da definição da morte está o fim da existência.
Diante disto, podemos afirmar que a morte espiritual significa o final da existência da vida espiritual entre o homem e o Deus espírito. E como consequência dessa morte, o homem precisou ser separado da presença de Deus, pois houve um fim da existência do relacionamento espiritual entre eles.
Paulo explorou bem essa ideia da morte espiritual quando nos disse: “Ele (Deus) vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,” Ef 2.1. Em Colossenses 2:13 diz: “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos;”
Paulo ainda fala da inimizade que foi gerada a partir do fim da existência do relacionamento do homem com Deus. Efésios 2.16: e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.”
Ainda em Romanos 5.10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;
Este estado de morte e inimizade do homem, consequentemente, o afastou da presença de Deus. Paulo diz que no tempo que os efésios estavam mortos, eles andavam em outros caminhos; eles andavam em direção oposta a tudo que se dizia Deus. Efésios 2.2-3: nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.
Como bem conhecemos, a morte espiritual desviou o homem de Deus, colocando-o numa posição de distanciamento e aversão a Deus. Em Efésios 4.18, Paulo diz que os gentios andavam alheios a vida de Deus. 
A morte espiritual pôs um fim no relacionamento existente entre o homem e Deus, colocando-o em um caminho de sentido oposto ao de Deus, criando um estado de inimizade contínua e ofensiva da parte do homem para com Deus.


quarta-feira, 17 de junho de 2020

PARA QUE O CRISTÃO DEVE NAMORAR?


Para casar. Esta tem sido a resposta ortodoxa que, desde sempre, temos aprendido como cristãos, e, confesso que estou plenamente de acordo com ela. Embora objetiva, e podendo encerrar por aqui, reconheço que algumas considerações precisam ser mencionadas como explicações para nossa resposta.
Tão importante quanto a finalidade do namoro, está o que ele significa. Talvez essa seja a maior dificuldade de alguns, não saber o que é namorar. Sabemos que a Bíblia não foi escrita em cultura que tinha o namoro como um costume. Então, seria correto afirmar que não temos nenhuma orientação bíblica sobre o namoro? Sim e não.
De forma direta, a Bíblia não define o que é namoro, com qual idade deve-se namorar, ou qual o propósito de namorar. Todavia, a concepção atual de namoro que a cultura ocidental criou, a Bíblia chama de impureza, lascívia, prostituição, defraudação e etc, e se mostra totalmente contrária a esse tipo de conduta “namoral”. Então, é correto dizer que a Bíblia nos orienta sobre o namoro, a partir do padrão de santidade nos relacionamentos interpessoais que ela advoga.  
Quando olhamos a definição em nossa língua sobre namorar, encontramos: “ter um relacionamento amoroso com alguém.” Aqui nos deparamos inevitavelmente com outro problema. Além da definição ser muito abrangente, ela nos apresenta o termo amoroso, visto que a palavra namorar é derivada da palavra amor.  Para se entender o que é namorar, precisamos saber o que é amar. Mas o que é amar? O amor é um outro conceito totalmente deturpado em nossa época, que tem sido entendido ao gosto do freguês: então, se alguém entende que o sexo é a maior expressão do amor, e namorar é ter um relacionamento amoroso, logo namorar é ... e assim vai. Esta é a consequência de não se ter aprendido uma definição corretamente bíblica sobre o amor, que é o caso da maioria dos descrentes e de uma grande porção de cristãos, que além disso, são influenciados pelos conceitos mundanos. [Como o Instagram me restringe as palavras, não vou apresentar uma definição sobre o amor, mas apontar para 1 Coríntios 13 como um dos textos que a Bíblia apresenta sobre o que é (ex. paciente), e o que não é amor (ex. ciumento).] Talvez o melhor teria sido encerrar o artigo no início, embora corresse o risco de não ser mais convidado para escrever. (kkkkk)
É fato que a visão atual sobre o namoro que inclui o sexo, os do mesmo gênero, o não compromisso, etc, é algo que vai contra os princípios bíblicos de amor ao próximo, de pureza pessoal, e principalmente do padrão de santidade de Deus. Esse padrão libertino de “pegação”, “os ficas” e namoro com os privilégios de casados pertencem a uma geração governada por um ditador silencioso, que tem um regime totalmente contrário ao caráter e princípios de Deus, e nós cristão devemos lembrar o que Paulo diz: “tais fostes alguns de vós”. Imagina se a Bíblia fosse direta sobre o namoro... 
Mas, será que poderíamos construir uma definição biblicamente correta sobre o namoro? Sim. Caso concordem, coloquem em algum dicionário, ou pelo menos na Wikipédia, pois a definição de namoro que tem lá é abominável. Caso, não concordem, façam um curso de 10 anos de teologia e criem uma definição melhor, pois o meu foi apenas de quatro anos. (kkkkk)
Poderíamos dizer que namorar é “construir um relacionamento a partir da amizade, fundamentada no amor bíblico, visando a união matrimonial”.
Talvez você discorde, pois nem toda amizade que construímos na base do amor, vai resultar em namoro. E você está certo, pois como filhos de Deus devemos construir amizades na base do amor, mas não necessariamente iremos namorar todos os amigos. Não se constroem amizades apenas com esse propósito. Mas o que quero dizer é que na fase de escolhermos pessoas para envelhecermos juntos, a amizade verdadeira será um passo fundamental, pois podemos até fazer amigos sem namorá-los, mas seria desastroso iniciar um namoro sem o desenvolvimento de uma boa amizade.
A Bíblia está repleta de orientações sobre amizade, amor, e relacionamento conjugal. Sendo conhecedor destas verdades, o cristão deverá construir o seu namoro levando em conta os princípios da Palavra de Deus em detrimento dos conceitos mundanos.
Já posso ver uma multidão de adolescentes, entre seus doze a quinze anos com placas e cartazes protestando nas ruas, com uma grande passeata mantendo a distância de 2 metros, com luvas e máscaras, seguindo as normas para não haver contaminação, pedindo para bloquear o Instagram da Umbrec por conta desse artigo. (rsrsrs)
No meio daquela multidão havia alguém com uma faixa que perguntava assim: “como eu, que tenho apenas 13 anos, posso namorar para casar? ” Essa pergunta me leva a outra consideração, a do tempo.
Não vou mudar a definição do namoro só porque você conseguiu mil adolescentes para “descurtir” a página. Continuo acreditando que namorar é construir um relacionamento a partir de uma amizade, orientada pelo amor bíblico visando a um futuro casamento. Mas tenho uma pergunta aos manifestantes:
- Será que um adolescente com 13 ou 15 anos de idade tem maturidade para iniciar um namoro com o propósito de casar? Tem alguém aí para responder? Por que o silêncio? Cadê o agito?
“Eu”! Alguém gritou no meio da multidão. Não queremos namorar para casar, queremos namorar por namorar. Trinta minutos depois, pois esse foi o tempo de euforia pela resposta capciosa, eu consegui novamente o silêncio. Vou pegar mais leve, pois meu limite de palavras já está quase na metade (924 palavras).
Não sou contra adolescentes construírem amizades, até porque o namoro tem por base uma amizade verdadeira. Acho perfeitamente saudável a construção de relacionamentos entre as pessoas a partir do coleguismo, brincadeira e diversão.
Mas, se não querem namorar para casar - “apenas, namorar por namorar” -, então namorem mas não como se fossem casados. Inventem uma forma adolescente de namorar sem os privilégios, responsabilidades e intimidade que somente os casados têm. E se não conseguem inventar uma outra forma de namorar, a não ser essa “pegação” que existe, parem de se identificar como cristãos, pois Cristo nos chamou para santidade, e se não querem aceitar, é só mudar o rótulo, os amigos e os ambientes, sabendo logicamente que irá também mudar a sua eternidade.
Aproveitando o silêncio, como disse que ia pegar leve, uma vez que não se rebelaram - nem vejo mais as faixas levantadas - vou lhes dizer algo: não acredito que há um tempo determinado para o casamento quando se inicia um namoro, já que alguns disseram que não querem e nem têm idade suficiente para namorar e casar. 
O que quero dizer é: quando você convida uma moça para orar, essa é uma boa tática, (não use com minha filhas, já oramos muito aqui em casa kkkk), você não precisa marcar a data do casamento, ou fazer a lista dos convidados. Até porque, dependendo da idade, muitos jovens ainda estão focados em seus projetos, estudando para vestibular, ou mesmo cursando sua faculdade talvez ainda sem nenhuma perspectiva de emprego.
No entanto, essa realidade, não deve impedir o início do namoro cristão, ou principalmente ofuscar o propósito do namoro. Lembre-se de que o casamento é o fim. Não um fim de linha, kkkk, mas, o objetivo final de algo a se construir a partir de uma amizade regida pelos princípios bíblicos de amor.
O que considero mundano e egoísta é namorar esquecendo de sua finalidade: “Namorar porque outros adolescentes namoram”, ou “porque nas séries vemos assim”, ou, até mesmo, como já mencionei, “namorar no modelo dos súditos do reino das trevas.” 
Então para os poucos que ainda restaram da multidão, digo que a adolescência é uma idade ótima para brincar, se divertir, conhecer pessoas, construir novas amizades, refletir sobre o futuro, criar um blog, ter um hobby, aprender um instrumento, criar um canal, etc. (se você está esperando aparecer a palavra namoro, já pode ir embora, não está na minha lista).
  A idade certa para namorar deve ser definida à luz da sua maturidade como pessoa, do propósito do namoro, e da disposição de construir um namoro seguindo as orientações que as Escrituras apresentam.
Como ainda vejo um remanescente fiel, concluo dizendo que, não estourei os caracteres limites pelo Instagram, tenho esperança de ser convidado novamente para escrever, espero que com mais tempo, viu presidente. Dizendo também, que o cabra que se diz cristão, e ousar bater à minha porta querendo namorar minhas filhas, deve dizer sem gaguejar: eu lhe peço permissão para construir uma amizade com sua filha, baseada no amor bíblico e nos princípios da Palavra de Deus, com a finalidade futura de me casar com ela. Será que ainda teremos homens bíblicos de coragem?
Francisco Soares Teixeira Júnior
Juazeiro do Norte, 15 de junho de 2020.

Artigo escrito a pedido da UMBREC.

terça-feira, 23 de julho de 2019

Uma vida que deixou marcas


            Maria Lene Soares Simões nasceu no dia 10 de junho de 1947, casada com Francisco Assis Simões, o Gatoso, concebeu quatro filhos, Daniel, Mariana, Jonas e Davi. Com os filhos, vieram as noras, o genro, e os netos. Uma linda família que Deus abençoou.  Pertencia à Igreja Batista Regular do Novo Juazeiro, tendo sido batizada no dia 04 de Setembro de 1988, pelo pastor Luís Pessoa (in memoriam). Atuou em diversas áreas da igreja local e iniciou o departamento infantil. 
            Acredito que todos têm uma história engraçada para contar de tia Lene. Essa era uma das suas marcas, a alegria. Sempre divertida e sorrindo, tia Lene fazia de cada momento uma festa, de cada oportunidade um motivo para animar e alegrar o coração de qualquer um que entrasse em contato com ela. Ela aprendeu que a alegria do Senhor era a sua força (Ne 8.10), e por isso, não havia tempo ruim que tirasse o seu sorriso. Como nos fará falta! 
           Mas também, além de alegre, tia Lene era uma pessoa entusiasmada, empolgada, e sempre ativa nos seus empreendimentos. Seus projetos sempre foram bem organizados e caracterizados pelo otimismo. Sempre pensando além, tia Lene traçava seus objetivos, contagiava um, despertava outro, e com sua determinação alcançava o que havia planejado. Em certos momentos, ficávamos até a pensar: como ela consegue? De onde vem tanta energia? Tanta euforia? Todos sabíamos que vinha do Senhor, pois a alegria de Deus era a força que a motivava para empreender com tanta ousadia e responsabilidade.
             A alegria e o entusiasmo fizeram dela uma pessoa serva. Tia Lene escreveu sua história com o amor em servir a Deus e também as pessoas. Quem a conheceu quando criança que não ganhou um presente seu? Quem nunca recebeu de tia Lene um cartãozinho feito com todo carinho e até ajuda física? Quem nunca ouviu dela palavras encorajadoras? Ela tinha um coração abençoador e de muitas formas procurava alegrar a vida das pessoas.
           Nesses últimos anos, nós pudemos ver tia Lene sorrir e chorar. Ela estava um tanto angustiada, porque não conseguia fazer mais aquilo que sempre gostou: “Pregar o evangelho para as pessoas.” Sua saúde já não era a mesma.
             Tia Lene, costumava evangelizar no bairro, nas escolas, nos asilos, hospitais e em trabalhos de fundação de igrejas. Foi assim, na cidade de Exu: ela, seu Assis e um grupo de irmãos iniciaram um trabalho na terra do rei do baião, e lá deixaram uma igreja do Rei do reis e Senhor dos senhores.
Também, lá no sitio Caiçara, em meio a chuvas, estradas barrentas e escuras, o casal missionário ia todo final de semana para evangelizar, e mais uma igreja foi fundada.
              E por último, depois de algum tempo insistindo, eles iniciaram um trabalho em Aurora, no bairro Araçá, um local mesmo no meio do quente da cidade. E ali, eles trabalharam até não poderem ir mais por motivos de saúde.
              Em 2018, ao visitá-la no hospital, expressou uma grande saudade de suas atividades e de suas crianças da Escola Vida. Mostrou-me um vídeo das crianças mandando mensagens pera ela. Eu disse: tia Lene, Deus tem almas aqui nesse hospital para salvar, então aproveite. Ela, “sim, pastor, já ganhei uma”. 
             Essa foi a vida de tia Lene: Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos foram marcados pela impactante vida. E hoje, estamos tristes pôr a termos perdido, mas alegres pôr a termos conhecido. E a saudade que temos será compensada com as boas lembranças e o seu exemplo de serva do Senhor. 
             Como Paulo disse em 2 Coríntios 2.14-16, tia Lene, por meio de Cristo, exalou a fragrância do conhecimento de Deus, pois ela era o bom perfume de Cristo. Para os que foram alcançados com a pregação do evangelho, ela foi um aroma de vida; mas para os que rejeitaram, como cheiro de morte. E tenho certeza que ela diria duas palavras para todos nós:
         Meus amores, vocês que ainda não aceitaram a Cristo, se arrependam, abandonem suas vidas de pecado, pois caso contrário, o inferno lhes aguarda. 
         Mas também, diria: meus amores, continuem a obra que Deus me permitiu iniciar, vão e evangelizem, saiam dos bancos da igreja e exalem o bom perfume de Cristo.  
          Eita, Tia Lene! A senhora está com Cristo, mas ainda nos contagiando com sua vida e obra. 
         Aos 72 anos, tia Lene partiu, foi alegrar o céu, imagine como ela está feliz agora, juntamente com o Pai de amor, que a recebeu nos seus braços, aliviou dela todas as dores e angústias que carregava por conta do seu frágil corpo. Ela foi, mas seu perfume ainda estará exalando em nossas boas lembranças, e que a sua vida sirva de exemplo, para que mais “Lenes” se levantem em nosso meio, e possam marcar as pessoas como bons perfumes de Cristo.

Francisco Soares Teixeira Júnior

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Confie no Poder da Oração



Talvez você já teve a experiência de estar conversando com alguém, e apesar da atenção que a pessoa lhe dava, percebeu que ela não estava atenta ao que falava. Mas também, já pode ter ocorrido, de estar dando atenção a alguém, e apesar dela falar contigo, seus olhares estavam focados na conversa de uma outra pessoa. Apesar da estranheza, isso pode acontecer, mostrando a nossa falta de importância para quem age assim.
O grande problema é que o exemplo citado não acontece somente nos relacionamentos interpessoais, também pode ocorrer no nosso relacionamento com Deus. Às vezes podemos estar orando a Deus de uma forma tão mecânica e distante, que falamos, mas é como se ninguém estivesse dando atenção, oramos somente por orar. Ou, às vezes, oramos a Deus tão desatentos, distraídos com outras coisas, que não lhe damos a atenção que deveríamos.
Confiar no poder da oração é importante, pois é como venceremos as adversidades da vida. Para isso, precisamos orar, e vencer as barreiras que sobrepõem a oração, a da cultura de resultados, da carne e da falta de tempo. Jesus disse que o Pai recompensará nossas orações; destacou que nossas orações devem ser secretas, e como alvo principal, o Pai que nos vê; e ainda contou que seus discípulos estariam sempre envolvidos com a oração. (Mt 6.6)
Além de vencer as barreiras que impedem a oração, também precisamos confiar que Deus ouve nossas orações. Apesar de parecer algo tão simples, de fácil compreensão, e de fato, não precisa de muito raciocínio e reflexão para entender essa verdade. Mas na prática, as nossas orações, que muitas vezes são vazias, mecânicas e sem significados, refletem uma total descrença em que o Deus todo poderoso está ouvindo. Por isso, precisamos ter certeza que Deus nos ouve.
A vida de oração de Jesus sempre foi um grande exemplo para todos nós, não somente pela quantidade de tempo dedicado, mas pela qualidade de sua oração.  Ele mesmo tinha uma plena confiança que Deus o ouvia, e por isso Ele sempre orava ao Pai.
Isso foi bem evidenciado na ressurreição de Lázaro, em João 11. Antes de ressuscitá-lo, Jesus já testemunhava que Deus o ouvia. Os versos 41,42 dizem: “41 Tiraram, então, a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. 42 Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste.”
Jesus tinha plena convicção que o Pai o ouvia, e não somente o ouvia, mas sempre o ouvia, e Jesus manifesta dessa forma, para que as pessoas pudessem crer que Ele era o Messias.
A crença de que Deus nos ouve, deve mudar nossa vida de oração. Se cremos que Deus é um expectador das nossas orações, então devemos orar como se de fato Ele nos ouvisse. Isso muda tudo em nossa vida de oração.
Em Mateus 6 Jesus não condenou somente a hipocrisia, mas também a falta de intimidade na oração. No verso 7 ele disse: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. ”
Ao condenar essa atitude, Jesus nos mostra que a oração parte do princípio da pessoalidade, da intimidade, da inter-relação, da mutualidade. É uma conversa com Deus, e não um salto no escuro. Para Jesus, não é o muito falar, mas a consciência de que o Deus a quem oramos é pessoal, e está ali em secreto nos ouvindo.
O Deus a quem Jesus ora e o chama de Pai é um Deus presente, é um Deus que se importa conosco, é um Deus que sabe as nossas necessidades e está nos esperando para pedirmos a Ele. Foi o que ele disse no verso 8: “ Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. ”
Jesus nos incentiva a essa oração, uma oração inteligente, consciente, real, pessoal, verdadeira, e diferente de qualquer prática religiosa que tenhamos aprendido.
Como são nossas orações? Contêm intimidade? Ou são apenas palavras balbuciadas e repetidas sem nenhuma inteligência e significado? Quando você se ajoelha lá no seu secreto, você tem consciência de que Deus, o Pai está contigo ouvindo a tua oração?  Ou são apenas as repetições de todas as manhãs, ou da tarde ou da noite?
Infelizmente, talvez na nossa experiência de vida, sejamos aqueles que estão numa conversa, mas pensado em outra coisa. Ou sejamos como aquele filho que sabe que nem adianta pedir nada ao seu pai, pois ele não o atenderá.
No entanto, permitamos que o exemplo de Jesus em orar, possa mudar a concepção do nosso momento de oração com Deus, e possamos crer que o Senhor nos ouve, e orar a partir de hoje, crendo na atenção de Deus.