sábado, 15 de setembro de 2018

Preconceito ou Conceito?


Desde criança, aprende-se a palavra preconceito, e é fácil lembrar, que geralmente eram acusados de preconceituosos aqueles que não concordavam com alguma ideia nova ou oposta à realidade costumeira. Mas será que tal julgamento de preconceituosos está correto?
Nos últimos tempos, uma nova ideologia tem surgido, e por ser nova e contrária ao que socialmente se vive, está sendo fortemente combatida. E, uma das formas de defesa contra seus opositores tem sido chamá-los de preconceituosos.
Fala-se da Ideologia de Gênero, que defende que os gêneros atuais são resultados da construção histórico-cultural implícita no desenvolvimento social do indivíduo. Para eles, os seres humanos nascem iguais e podem escolher o tipo de gênero, independente do seu padrão de nascimento.
Em 2014, o tema surgiu no planejamento de educação nacional (PEN), com o intuito de ensinar nas escolas do país a ideologia de gênero, para diminuir o então preconceito. (Lei 13.005, artigo 2º inciso III).
Não se pretende nesse texto apresentar uma série de argumentos contra a ideologia de gênero, mas mostrar que não é preconceituoso aquele que discorda dessa ideologia, pelo contrário, é livre para pensar diferente, devido a ter-se um conceito formado.
O termo preconceito é formado por duas partes, a partícula pré, que significa antes, mais a palavra conceito, que significa opinião. Em uma definição mais literal, tem-se: uma opinião antecipada sobre algum assunto.
 Quando o significado de preconceito é analisado em um dicionário formal, tem-se um conjunto de definições que mostram o dinamismo da linguagem, que vai da ideia de conceito ou opinião formada sem ter antes os conhecimentos ou experiências necessárias sobre um determinado assunto, até uma atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos.
Com base nessas definições que envolvem dois significados de preconceito, responde-se que de maneira alguma os opositores são preconceituosos, baseado na própria definição do termo.
As ideias cristãs não se encaixam como preconceituosas, observando a primeira parte da definição[1], pois elas não foram formadas antecipadamente sem conhecimento ou experiências sobre o assunto da ideologia de gênero.
Na verdade, é o contrário, pois todo conhecimento e experiência cristã sobre homem (macho) e mulher (fêmea), é totalmente anterior a qualquer ideologia de gênero. Desde que o ser humano se entende por gente, aprende a chamar papai e mamãe, e quando as faculdades mentais se desenvolveram, tem-se o privilégio de conhecer os avós, (vovô e vovó), e alguns até seus bisavôs e bisavós. E mesmo que os ideologistas não concordem, traçando uma linha genealógica, encontrar-se-ia como os primeiros humanos, um homem (macho) e uma mulher (fêmea), que apesar da confusão sobre a definição do sexo, não existe outra forma de nascer, a não ser entre o relacionamento sexual entre um homem, que possui espermatozoides, e uma mulher que possui um útero, óvulos e leite para amamentar.
Então dizer que os cristãos são preconceituosos, por falta de conhecimento ou experiência sobre a ideologia de gênero, é ignorar todo o conhecimento e experiência que se tem sobre a existência humana. Ou algum ideologista nasceu de outra forma? Todos nascem do relacionamento entre um homem e uma mulher, e isto é experiência e conhecimento.
 O ideal de homem e mulher está baseado sim, numa opinião antecipada, mas fundamentada no conhecimento e na experiência de pelos menos uns 4 mil anos da vida humana sobre a terra. Então, nesse sentido, a crença cristã está longe de ser preconceituosa.
Também, a rejeição cristã da ideologia de gênero, não deve ser acusada de preconceituosa, observando a segunda parte da definição de preconceito, por ser uma atitude emocionalmente condicionada, baseada em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou antipatia para com indivíduos ou grupos.
A opinião cristã sobre o homem e a mulher, não foi emocionalmente condicionada pela mídia, ou mesmo por crenças religiosas, como que induzidos a crer de tal forma. Mas sim, pela experiência vivida em família; pelo conhecimento biológico entre homem e mulher, e pelo exame racional e espiritual das crenças cristãs.
Crê-se no homem e na mulher, porque foi assim que Deus fez desde o princípio; e mesmo que uma pessoa não acredite em Deus, tem que engolir que veio de um homem e uma mulher, não tem como fugir disso. Por outro lado, os ideologistas acusam os cristãos de preconceituosos por conta das crenças religiosas, porém pode-se corretamente chamá-los de antirreligiosos, e por que não, também de preconceituosos.
Todos defendem suas crenças por que acreditam nelas. A ideologia de gênero é uma crença, assim como a ideologia de gênesis. Então, condenar uma opinião por que está fundamentada em crença religiosa, com outra crença, é no mínimo incoerente. Tudo são crenças, mas quando fala das religiosas a coisa muda.  Por que será que somente as religiosas é que são preconceituosas? Não seria isso um preconceito da parte dos sem religião?
Sabe-se o que os cristãos verdadeiramente são? Conceituosos. Eles têm um conceito, uma opinião formada sobre o assunto do gênero, e exige-se, da mesma forma, o total respeito por suas crenças. Acreditam na existência de Deus, o criador do homem e da mulher, acreditam na família, em que um homem e uma mulher geram filhos, conforme o mandado de Deus, acreditam ser esse o único modelo saudável para uma sociedade estruturada.
E o que eles são? Pósconceituosos. (Anticonceitusos). Um conceito criado depois do conceito estabelecido. Apesar de não encontrar esse verbete nos dicionários, ele representa a opinião pessoal do autor sobre os ideologistas de gêneros.
Durante toda a história da humanidade o padrão normal e geral da humanidade foi: João casou com Maria. Ela engravidou. Nasceu. É menino. Será chamado de Francisco. Depois nasceu outro. É menina. Será chamada de Antônia. Essa foi e sempre será a forma saudável e correta para se construir uma família e uma sociedade equilibrada.
Os ideologistas sabem sobre esse conceito, sendo cada um fruto padrão bíblico histórico-cultural. Todavia, na tentativa de estabelecer um novo padrão amoral, julgam antigo, opressor, alienado e preconceituoso a crença cristã do gênero e da família.  
No entanto, conforme argumentado, os defensores do gênero masculino e feminino, da família constituída de um homem e uma mulher, não são preconceituosos, e nem muitos menos alienados religiosos, mas sim, pessoas que têm um conceito formado e muito equilibrado sobre o padrão do gênero.
 Francisco Soares Teixeira Júnior
Juazeiro do Norte,09 de novembro de 2017


[1] Conceito ou opinião formada sem ter antes os conhecimentos ou experiências necessárias sobre um determinado assunto.