O livro de
Deuteronômio é formado por vários sermões que Moisés estava pregando para o
povo de Israel que peregrinou quarenta anos no deserto.
Moisés
preocupado com esta nova geração que estava prestes a entrar em Canaã, sob o
comando de Josué, dá a eles vários lembretes da Lei do SENHOR e como eles
deveriam se comportar na terra prometida.
Os versículos
de 1-6 do capítulo 7 se referem a uma aliança que Deus fez com o povo no momento
em que Moisés sobe novamente com as tábuas para Deus escrever nelas os
mandamentos. Moisés recebeu estas palavras de aliança quando estava lá no
monte, logo depois do evento do bezerro de ouro. (Ex 34.10-17)
Após repetir a
aliança feita há quarenta anos, nos versos 1-5, Moisés apresenta a razão para o
povo de Israel se manter longe dos povos cananeus mundanos. Os israelitas
deveriam se separar, por que eles já tinham
sido separados por Deus.
Moisés diz: “porque
tu és povo santo ao SENHOR teu Deus”. Esta palavra na origem de sua raiz
transmite a ideia daquilo que é
cortado,
no sentido de separado. Este verbo no
AT tem um uso restrito à
esfera religiosa. Ele é traduzido por: consagrar, santificar, preparar,
dedicar.
O adjetivo, a
forma que aparece em nosso texto, se refere ao estado de alguém ou algo que foi
separado para o sagrado, em contraste com o comum ou mesmo profano.
Em todas as
Escrituras temos um
chamado
a santidade. Deus separou o povo de Israel para Ele. Estes deveriam cultivar
vidas exclusivas para Deus. Israel deveria ter consciência de que era o povo
santo de Deus.
Deus os separou
para a santidade, isto quer dizer, que Israel praticaria as obras de Deus, sua
vontade, seus ensinos, diferentes dos povos mundanos.
Moisés
acrescenta no verso 6 que: “o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhes
fosse o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra”.
Como mencionamos
Deus separou Israel para a santidade, e
não
somente para isso, mas Moisés detalha mais esta separação. Eles não deveriam
ter consciência apenas de serem um povo santo, mas serem o povo santo do
SENHOR.
Israel era o
povo de Deus, em Ex 19.5 Deus já havia advertido que se eles fossem fiéis a sua
aliança, seriam sua propriedade peculiar, seu tesouro particular.
Israel era para
Deus assim, como uma propriedade que ninguém meche, toca, como algo especial,
algo que pertencia a Deus. De todos os povos da terra, Deus escolheu Israel,
para ser seu.
Deus nos
separou para uma vida de santidade. O que isto significa: Ele nos tirou do
uso comum, ou mesmo profano para viver para Ele. Deus olhou para nós e nos
escolheu para vivermos para Ele.
Ele nos
separou de nossas vidas comuns ou mesmo mundanas para o uso exclusivamente seu.
Isso é santidade. Termos a consciência de que nós agora não vivemos mais para
nós mesmos, ou para o mundo, mas para Deus.
Imagina como é
difícil ter uma vida exclusiva para Deus?
Santidade não
quer dizer que agora todas as nossas atividades devem ser religiosas, e que
você deve se dedicar totalmente para o serviço de Deus em um mosteiro, ou em um
seminário, mas que todas as nossas atividades da vida devem ser feitas com a
plena consciência de que sirvo a um Deus santo e que todas as minhas ações
devem refletir um padrão de santidade.
Na minha vida
familiar, devo ser santo, no meu trabalho, devo ser santo, minhas transações
devem ser santas; nos meus estudos, devo ser santo, no trânsito, devo ser
santo, no futebol, devo ser santo, no salão, devo ser santa, em todas as áreas
da minha vida devo exercer a santidade.
Deus me separou para um viver que o agrade.
As vezes até oramos pedindo uma vida santa, mas não sabemos exatamente o que é
a santidade. É como se fosse algo muito longe, abstrato, é para o pastor, ou
para aquelas pessoas que não experimentaram no mundo o que eu experimentei.
Não é assim.
Santidade é para todos, e não importa como você usava a sua vida, agora você
deve usá-la para Deus.
Nunca esqueça:
Deus me escolheu e me separou para Ele, agora vivo para o seu inteiro agrado,
vivo para fazer a Sua vontade santa e expressar no meu caráter ações santas.
Foi o que o
apóstolo Paulo disse: logo, já não sou eu que vive, mas Cristo vive em mim, e
essa viver que agora tenho, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si
mesmo se entregou por mim. Gl 2.20
Deus espera
isso de nós, uma vida de inteira separação para ele.
Francisco Soares Teixeira
Júnior
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