quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SEDE SANTOS

O livro de Deuteronômio é formado por vários sermões que Moisés estava pregando para o povo de Israel que peregrinou quarenta anos no deserto.
Moisés preocupado com esta nova geração que estava prestes a entrar em Canaã, sob o comando de Josué, dá a eles vários lembretes da Lei do SENHOR e como eles deveriam se comportar na terra prometida.
Os versículos de 1-6 do capítulo 7 se referem a uma aliança que Deus fez com o povo no momento em que Moisés sobe novamente com as tábuas para Deus escrever nelas os mandamentos. Moisés recebeu estas palavras de aliança quando estava lá no monte, logo depois do evento do bezerro de ouro. (Ex 34.10-17)
Após repetir a aliança feita há quarenta anos, nos versos 1-5, Moisés apresenta a razão para o povo de Israel se manter longe dos povos cananeus mundanos. Os israelitas deveriam se separar, por que eles já tinham sido separados por Deus.
Moisés diz: “porque tu és povo santo ao SENHOR teu Deus”. Esta palavra na origem de sua raiz transmite a ideia daquilo que é cortado, no sentido de separado. Este verbo no AT tem um uso restrito à esfera religiosa. Ele é traduzido por: consagrar, santificar, preparar, dedicar.
O adjetivo, a forma que aparece em nosso texto, se refere ao estado de alguém ou algo que foi separado para o sagrado, em contraste com o comum ou mesmo profano.
Em todas as Escrituras temos um chamado a santidade. Deus separou o povo de Israel para Ele. Estes deveriam cultivar vidas exclusivas para Deus. Israel deveria ter consciência de que era o povo santo de Deus.
Deus os separou para a santidade, isto quer dizer, que Israel praticaria as obras de Deus, sua vontade, seus ensinos, diferentes dos povos mundanos.
Moisés acrescenta no verso 6 que: “o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhes fosse o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra”.
Como mencionamos Deus separou Israel para a santidade, e não somente para isso, mas Moisés detalha mais esta separação. Eles não deveriam ter consciência apenas de serem um povo santo, mas serem o povo santo do SENHOR.
Israel era o povo de Deus, em Ex 19.5 Deus já havia advertido que se eles fossem fiéis a sua aliança, seriam sua propriedade peculiar, seu tesouro particular.
Israel era para Deus assim, como uma propriedade que ninguém meche, toca, como algo especial, algo que pertencia a Deus. De todos os povos da terra, Deus escolheu Israel, para ser seu.
Deus nos separou para uma vida de santidade. O que isto significa: Ele nos tirou do uso comum, ou mesmo profano para viver para Ele. Deus olhou para nós e nos escolheu para vivermos para Ele.
Ele nos separou de nossas vidas comuns ou mesmo mundanas para o uso exclusivamente seu. Isso é santidade. Termos a consciência de que nós agora não vivemos mais para nós mesmos, ou para o mundo, mas para Deus.
Imagina como é difícil ter uma vida exclusiva para Deus?
Santidade não quer dizer que agora todas as nossas atividades devem ser religiosas, e que você deve se dedicar totalmente para o serviço de Deus em um mosteiro, ou em um seminário, mas que todas as nossas atividades da vida devem ser feitas com a plena consciência de que sirvo a um Deus santo e que todas as minhas ações devem refletir um padrão de santidade.
Na minha vida familiar, devo ser santo, no meu trabalho, devo ser santo, minhas transações devem ser santas; nos meus estudos, devo ser santo, no trânsito, devo ser santo, no futebol, devo ser santo, no salão, devo ser santa, em todas as áreas da minha vida devo exercer a santidade.
  Deus me separou para um viver que o agrade. As vezes até oramos pedindo uma vida santa, mas não sabemos exatamente o que é a santidade. É como se fosse algo muito longe, abstrato, é para o pastor, ou para aquelas pessoas que não experimentaram no mundo o que eu experimentei.
Não é assim. Santidade é para todos, e não importa como você usava a sua vida, agora você deve usá-la para Deus.
Nunca esqueça: Deus me escolheu e me separou para Ele, agora vivo para o seu inteiro agrado, vivo para fazer a Sua vontade santa e expressar no meu caráter ações santas.
Foi o que o apóstolo Paulo disse: logo, já não sou eu que vive, mas Cristo vive em mim, e essa viver que agora tenho, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Gl 2.20
Deus espera isso de nós, uma vida de inteira separação para ele.

Francisco Soares Teixeira Júnior

Nenhum comentário:

Postar um comentário