Das várias figuras que as
Escrituras usam para comparar Deus está a água. Para os personagens bíblicos, Deus
é uma fonte de água viva, um manancial de água cristalina e perene, o elemento
mais usado pelo homem, e mais importante para sua sobrevivência, a água.
Em João 7 o Espírito
Santo é comparado a um rio de água viva que flui no interior daqueles que creem
em Jesus Cristo.
João 7.37-39
37 No último dia, o
grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a
mim e beba.
38 Quem crer em mim,
como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
39 Isto ele disse
com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o
Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda
glorificado.
Destes versos destaca-se
três verdades:
1- Jesus
faz um convite
2- Jesus
mostra a excelência do convite
3- João
explica o significado do convite
No verso 37 João registra
que esse convite feito por Jesus se deu no último dia da festa, se observares
nos versos anteriores, notarás uma referência a festa dos Tabernáculos, que
durava sete dias. Nesse período os judeus faziam tendas e moravam nelas, para
lembrar o período em que viveram no deserto, quando saíram do Egito. Era comum
o rito de tirar água e acender lâmpadas.
Usando esta prática dos
judeus, Jesus faz um convite a eles: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”.
Jesus cita Isaías 55.1 onde Deus convida ao seu povo a saciar sua sede nEle.
Durante alguns séculos
antes de Jesus, desenvolveu-se a tradição de que, nos sete dias da Festa dos
Tabernáculos, um vasilhame de ouro cheio de água provinda do poço de Siloé, era
levado em procissão pelo sumo sacerdote para o Templo.
Quando a procissão
chegava ao Portão da Água no lado sul do átrio interno do templo, três toques
de trombetas eram soados para marcar a alegria da ocasião, e o povo recitava Is
12.3: “Vós com alegrias tirareis, tirareis água das fontes da salvação”.
No templo repleto de
espectadores, os sacerdotes marchavam em volta do altar com o vasilhame cheio
de água, enquanto o coral do templo cantava os salmos 113-118. A água era
oferecida em sacrifício a Deus na hora do sacrifício matutino. O uso da água
simbolizava a bênção de chuva adequada para as plantações.
Jesus usou esse
acontecimento como lição prática e oportunidade para fazer um convite público
no último dia da festa para as pessoas o aceitarem como a água viva.
Se alguém tem sede, venha
a mim e beba.
Jesus mostra o resultado
na vida de quem aceita o seu convite. Diferente da expectativa do povo de
bênçãos materiais provindos da chuva, Jesus mostra a excelência de suas bênçãos
espirituais sobre a vida daqueles que aceitassem o seu convite.
38 Quem crer em mim,
como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Provavelmente Jesus está
citando Isaías 58.11 que diz: O SENHOR te
guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os
teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais
faltam.
Para quem morava em um
ambiente árido e dependente de água, essa mensagem de Jesus é muito impactante.
E olhando as várias promessas de Deus para Israel no AT, notamos que sempre
água e rios estão envolvidos.
Is 12.3: “Vós com
alegrias tirareis, tirareis água das fontes da salvação”.
Is 43.20 “Os animais do campo me glorificarão, os chacais e
os filhotes de avestruzes; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para
dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido”,
Is 44.3 - Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes,
sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha
bênção, sobre os teus descendentes;
Ez 47.1 - Depois disto, o homem me fez voltar à entrada do
templo, e eis que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente;
porque a face da casa dava para o oriente, e as águas vinham de baixo, do lado
direito da casa, do lado sul do altar.
Mas o que Jesus quis
dizer com “do seu interior fluirão rios de água viva”. Esta é uma das
passagens que agradecemos a Deus por já ter sua interpretação.
João faz a observação que
Jesus estava se referindo ao Espírito Santo, viria sobre aqueles que cressem em
nEle.
O Espírito Santo era uma
promessa desde o Antigo Testamento. A passagem de Isaías 44.3 compara a vinda
do Espírito como a água sobre a terra.
Is 44.3-4 - Porque derramarei água sobre o sedento e
torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua
posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; e brotarão como a
erva, como salgueiros junto as correntes de águas.
Jesus mostra muito
claramente ser a fonte da água da vida, e o seu Espírito o rio de água viva. Como
mencionamos, para uma terra seca e árida a ilustração da água causaria um
impacto muito forte.
Jesus ainda acrescenta
que o Espírito Santo, até aquele momento ainda não havia sido dado, pois Jesus
ainda não tinha sido glorificado. O ministério pleno do Espírito Santo, só se
daria quando Jesus fosse para o céu e o enviasse como o consolador.
Algumas lições:
Aqueles que ainda não
creram em Jesus nunca desfrutarão de uma vida abundante, apenas uma grande
seca.
Aqueles que creram em
Jesus podem ter a certeza que o Espírito Santo transformará sua vida que é como
um deserto, em um grande pomar.
Aqueles que creram em
Jesus podem ter a certeza da habitação do Espírito Santo em sua vida. Na
verdade, ele é o penhor da nossa salvação. Ef 1.13-14.
Aqueles que creram em
Jesus devem zelar para que suas vidas exalem a vida plena do Espírito Santo.
Aqueles que creram em
Jesus devem entender que vida plena em Jesus se dá pela ação espiritual do
Espírito Santo produzindo nova vida e transformação a cada dia.
Aqueles que creram em
Jesus precisam valorizar a vida no Espírito Santo, enchendo dEle, e nunca o
entristecendo.
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