quarta-feira, 3 de novembro de 2010


"O Pão Nosso de cada dia dá-nos hoje" Mateus 6.11

Em 2004 a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), divulgou no dia 8 de dezembro, que morrem de fome, anualmente, pelo menos 5 milhões de crianças no mundo, o que dá uma média de um óbito a cada 5 segundos. Ou seja, desde que você começou a ler este parágrafo já morreram duas crianças de fome, pelo menos. Mais de vinte milhões de crianças nascem com o peso abaixo dos padrões mínimos, correndo maior risco de morte durante a infância.
Jesus em sua oração em Mateus 6 menciona que devemos clamar ao Pai pelo alimento diário. Desse ponto da oração de Jesus ela muda de foco, os primeiros pedidos da oração se voltaram a Deus e o seu Reino, sendo nesta segunda parte a oração de Jesus enfocará as coisas do cotidiano, assuntos do dia a dia das pessoas, a alimentação, perdão e tentação.
Mt 6.11 diz: “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje” entendemos que Jesus está falando do alimento diário. O pão que nos é necessário, o pão diário, o pão futuro ou de amanhã. Esta expressão cada dia é única e aparece somente aqui em todo o Novo Testamento. Alguns sugerem que a base desse pedido de Jesus seja a provisão diária do maná, que não podia ser armazenado para dias futuros, exceto às sextas-feiras.(Ex 16).
Jesus em sua oração está mencionando uma necessidade básica do ser humano, a alimentação. É importante nós clamarmos a Deus para que nos sustente dia a dia.
Neste ponto Jesus mostra a importância de em nossas orações devam conter um pedido pela sua providência. Por providência quero dizer o sustento diário que Deus proporciona para todos, especialmente para os seus filhos. Deus não só está interessado na vida espiritual dos homens, mas também na vida física. Pois em certo sentido a vida espiritual depende da vida física. Como vou louvar se não forças por causa da fome? Etc.
É corretíssimo afirmar que Deus se importa com o bem estar das pessoas de modo geral. Deus está interessado nas necessidades físicas das pessoas. Jesus fez vários milagres no que diz respeito alimentação.
A pesca maravilhosa Lc 5.4-6.
Em Mt 14.13 Jesus multiplicou cinco pães de dois peixeinhos para cinco mil homens.
Em Mt 15.32 Jesus multiplicou 7 pães e alguns peixeinhos para 4 mil pessoas que estavam famintas, sem condições de chegar em casa sem uma alimentação.
Em Mt 26.26 Jesus mandou preparar uma ceia e alimentou-se com seus discípulos.
Em João 21 Jesus em sua terceira aparição fez com que os discípulos pescassem 153 grandes peixes e preparou peixe e pão para eles comerem.
Em Atos 14.15-18 Paulo destaca o grande cuidado de Deus para com todos em providenciar o necessário para a sobrevivência dos povos e o testemunho a respeito de sua grandeza.
De fato Deus sempre esteve muito interessado no sustento diário das pessoas, principalmente das pobres.
Em Lv 19.9-10 Deus ordena aos grandes agricultores que na sua colheita eles deixassem para os pobres.
Em Deuteronômio 15.7-8 existem leis acerca da ajuda ao pobre.
Em Provérbios há várias passagens que mostram a importância que Deus dá aos pobres
14.31 – Deus honrará aquele que se compadece dos necessitados.
19.17 – Deus beneficiará aqueles que ajudam os pobres.
22.9 – Deus abençoará o generoso,

Aplicação
Quantos temos orado por nosso sustento diário?
Talvez para muito de nós este pedido de oração de Jesus não tenha um grande impacto. Preciso orar pelo meu sustento diário se ganho por mês? Faço minha feira para o mês? Durante todo o mês não falta alimento na minha dispensa. Todo o mês ganho o meu ticket alimentação.
Todavia, mergulhando no contexto em que foi escrito entendemos melhor.
Vamos pensar na realidade dos discípulos e de Jesus com os discípulos.
Os discípulos eram pescadores dependiam da pesca diária para sua sobrevivência. O que eles pescavam eles comiam e vendiam para adquirir outros alimentos e necessidades diárias. Se um dia eles não conseguissem pescar nada, como de fato aconteceu nos evangelhos, em que eles passaram a noite toda e não pescaram nada, naquele dia eles não teriam o que comer.
Lembrem-se também que não havia frízer para estocar o que pescavam, e nem tinha ticket alimentação e no Atacadão da Judéia não aceitava cartão de crédito, ou tinha com que comprar, ou trocar ou voltava pra casa sem nada. Essa era a realidade dos discípulos.
A realidade dos discípulos com Jesus não era diferente. Todos eles não tinham emprego e nem uma renda fixa que pudessem se manter. Eles estavam sempre viajando, de lugar em lugar e muitas vezes não tinham tempo para trabalhar para ganhar o sustento do dia a dia. Logo Jesus e os discípulos precisariam muito do pão diário que Deus iria lhe dar.
Nesse sentido esta oração “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje” tem muito sentido e por eles deveria ser muito praticado.
Apesar de termos nossos empregos e recebermos mensal, em certo sentido todos nós dependemos do sustento diário de Deus. Se você trabalha no comércio, diariamente você precisa fazer vendas para poder ganhar.
Se trabalhar na área da saúde, diariamente precisa de pessoas doentes para cuidar.
Se trabalhar no turismo, diariamente precisa de pessoas para hospedar e desenvolver seu trabalho.
Independente da forma como você ganhe seu dinheiro, você depende da presença diária de Deus para providenciar seu alimento.
Sem falar daqueles que são autônomos e dependem mesmo do sustento diário para satisfazer suas necessidades básicas.

Porque não temos orado com tanta persistência por nosso sustento diário?
Confiança excessiva.
Confiamos demais em nosso emprego fixo e sabemos que no final do mês o dinheiro é certo.
Confiamos nas facilidades de comprar de hoje. Mesmo sem dinheiro tenho um cartão de crédito que me permite comprar e depois pagar. Ou pq o dono da venda me deixa comprar e pagar depois. Tenho os tickets, ou tenho alguém para me dar.
Esquecemos que as empresas são falíveis, sem elas grandes ou pequenas.
Esquecemos que as pessoas são corruptas e podem diminuir seu salário sem explicações.
Esquecemos que podemos ser roubados no dia exato que recebemos o nosso pagamento, e mesmo que ele tenha sido colocado em sua conta, alguém pode ter clonado seu cartão e sacado seu dinheiro.
Esquecemos que algo de muito urgente possa acontecer que naquele mês você precise empregar todo o seu salário em uma doença ou algo mais grave.
Esquecemos que a falta de controle nas facilidades de compra podem nos levar a grandes dívidas.
Esquecemos que nosso sustento vem de Deus e a ele devemos clamar todos os dias.

Quanto temos nos importado com aqueles que não têm o sustento diário?
Como vimos Deus se importa com os pobres e nós também devemos fazer o mesmo.
Tiago em 1.27 vai dizer que a “religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.
A pobreza é algo inevitável, Jesus disse os pobres sempre terão convosco repreendendo a avareza de Judas. Por mais que lutem contra a pobreza não conseguirão erradicá-la, talvez diminuí-la, mas não acabá-la.
Com isso nós devemos ajudar as pessoas que não tem o seu sustento diário, amenizar o seu sofrimento. Para você não pecar nessa área a nossa igreja tem uma sexta ali na entrada que você espontaneamente pode depositar alguns alimentos para ajudar famílias que precisam.
Você também pode ajudar de outras formas, não dando dinheiro, mas alimento para quem tem fome. Você pode fazer um sopão para aqueles que vivem na rua, você pode ajudar entidades sérias que ajudam pessoas desabrigadas ou pessoas que por um momento precisam de um apoio. Enfim as formas de ajudar são inúmeras, o que falta mesmo é a disposição para obedecer a ordem bíblica.
E nunca esqueça de pedir e agradecer a Deus pelo sustento diário.

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