Das diversas formas que a Bíblia apresenta
Deus, uma delas é usando uma figura bem próxima de nós, a de um pai, que dentro
do contexto da humanidade, todos, de uma maneira ou de outra, tiveram um. Deus
é retratado como um pai bondoso, amoroso que cuida e disciplina seus filhos.
Este tema não é de tão fácil aceitação. Como o
amor pode combinar com a disciplina? Como eu posso dizer que Deus me ama agindo
em favor de mim, se ao mesmo tempo tenho que dizer que Ele me disciplina,
agindo de maneira que eu me sinta desconfortável, ou que eu venha a sofrer?
Como podemos conciliar?
O primeiro passo a se tomar é rever o nosso
conceito de disciplina. Infelizmente a experiência que temos tido no contexto
familiar tem sido muito negativa, por isso a necessidade de rever o assunto.
Geralmente
a disciplina é exercida como um descarrego de raiva. Como um descontar no
transgressor todo o sentimento de raiva por suas ordens não terem sido
obedecidas.
Portanto
muito do que nós aprendemos por disciplina se limita ao castigo físico, humilhação verbal, privação. Alguns
fazem a combinação dos três tipos. Além de sofrer o dano físico, sofrerá o dano
emocional, e sua liberdade estará privada.
Geralmente
são estes os conceitos de disciplina que temos e que exercemos sobre nossos
filhos, ou que sofremos através da disciplina de nossos pais. Por isso a grande
dificuldade de conciliarmos o amor de Deus e a sua disciplina.
O
segundo passo para conciliarmos a disciplina de Deus como ato de amor é olharmos
para o que a Bíblia fala sobre o assunto.
A
disciplina existe porque existem regras, e estas são quebradas. Quando estas
regras são quebradas, algo precisa acontecer ao transgressor para que ele tenha
noção da sua atitude e tenha consciência de que não deve transgredir novamente,
pois ao não cumprir as regras estará trazendo prejuízos para si próprio.
Nesse
contexto disciplina foca no amadurecimento do transgressor e não simplesmente
na reação do ofendido. O ofendido não deve levar para o lado pessoal,
controlando suas emoções e orientando o ofensor sobre o acontecido.
Em
ambos os Testamentos a disciplina enfatiza a correção que resulta em educação. Promoção
de um amadurecimento espiritual.
Em Hebreus
12.4-13 o autor faz uma citação de Provérbios 3 sobre a disciplina de Deus. Desse
texto podemos aprender vários conceitos sobre a disciplina amorosa de Deus.
Ele
vai mostrar que certas provações na vida são disciplina amorosa do Senhor. (4-6)
Estes
crentes estavam sofrendo fortes perseguições, mas não havia ainda custado a
vida de ninguém. Eles são exortados a perceber que estavam sendo provados pela
disciplina amorosa do Senhor.
Três
ideias eles tinham que ter sobre a disciplina: 1) Não menosprezar – achar que
não precisavam dela; 2) Não desmaiar – achar pesado demais; 3) Reconhecer que a
disciplina é um ato amoroso de Deus para nossa correção.
Deus
nos trata como filhos, por isso nos disciplina. A falta de correção de Deus na
vida de crente é um problema sério. (prova que você não é um filho de Deus).
O
autor de Hebreus ainda destaca que a nossa obediência aos pais nos ajudará a
aceitarmos a correção de Deus. Obedecer aos pais é um treino para obediência a
Deus. Deus é o nosso grande pai espiritual e por isso devemos a Ele toda nossa
submissão, para assim vivermos.
A
disciplina de Deus visa nossa santidade. Deus nos disciplina para
aproveitamento, para sermos melhores; para participarmos da sua santidade.
A
disciplina traz tristeza ao coração do homem. Quem se alegra quando
disciplinado? Quem fica feliz quando Deus está corrigindo? Na verdade muitas
vezes nos revoltamos contra Deus, com as pessoas, com a vida, porque dói, causa
tristeza, desconforto.
Mas
tem que doer mesmo, temos que sentir pelo que fizemos, nem consolados devemos
ser. Precisamos sofrer para amadurecer, pois essa é a única opção que muitas
vezes damos para Deus. A disciplina produz fruto pacífico, fruto de justiça e motiva-me
a firmeza espiritual.
DEUS NOS DISCIPLINA PORQUE FALHAMOS, MAS
VISANDO O NOSSO AMADURECIMENTO ESPIRITUAL.
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