sexta-feira, 25 de março de 2016

Os contextos da Páscoa




Durante todo o ano percebermos que existem várias datas comemorativas, tais como: o Ano Novo, Carnaval, Páscoa, Dias dos Pais e Mães, Corpus Cristos, Independência, Natal, etc. Das comemorações que são religiosas notamos que existem sempre outras figuras que tiram a atenção do verdadeiro significado delas, por exemplo: no Natal tem o Papai Noel que ofusca a encarnação de Cristo, e na Páscoa o Coelho que bota ovos de chocolate, apagando a morte e ressureição de Cristo.
Com o correr dos tempos muitas festas e tradições de diferentes povos acabaram se mesclando com a páscoa secular que atualmente conhecemos. Nas religiões orientais, na mitologia grega, nas tradições populares, o ovo sempre teve significado de principio de vida. O ovo aparentemente morto contém uma vida que surge repentinamente, acreditando-se por isto, que ele seja o símbolo da páscoa da ressurreição.
Outro fato é que depois da quaresma e da semana santa, comer ovos era um método conveniente e nutritivo para a preparação da páscoa. Embora haja divergência sobre os ovos da páscoa vindo do antigo Egito, como por exemplo, para alguns os ovos enfeitados era uma tradição começou na Idade Média. Séculos antes, porém, os chineses já costumavam colorir ovos que eram distribuídos aos amigos na Festa da Primavera, como lembrança da continua renovação da vida.
Para os historiadores, os missionários trouxeram o costume que acabou se transformando nos ovos confeitados. No século XVIII, a Igreja católica adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi aceito um costume originalmente pagão, e, pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes da distribuição entre os fiéis.
As lendas e estórias sobre os coelhinhos apareceram por volta 1215 na Aláscia, França. Uma mistura de mitologia pagã, onde coelhos eram símbolos de fecundidade e abundância, com a tradição católica. O próprio sentido dos ovos como símbolo de vida se perdeu na história, mas até hoje os ovos de chocolates são vendidos sob a propaganda de um coelhinho.
Em nossos dias os ovos de chocolate e os coelhinhos de chocolate são os preferidos da meninada, porém é importante lembrarmos que estas coisas não possuem nenhuma relação com o sentido real da Páscoa. Também não são estes os elementos presentes na páscoa ou na ceia do Senhor e Jesus, mas sim, o pão e o vinho que simbolizam seu corpo e sangue.
Mas qual o significado verdadeiro da Páscoa? Será que é possível resgatar o sentido real da páscoa? Para isso precisamos voltar ao evento original da páscoa analisando os vários contextos em que ele se encontra.   
O primeiro passo é analisarmos o Contexto Histórico da primeira Páscoa. Esta história encontra-se no livro de Êxodo, capítulos de 1-11.
Iremos notar que a Páscoa surge dentro de um contexto de escravidão da nação de Israel para com o grande império do Egito. Para libertar o seu povo Deus levantou Moisés, homem que fora criado pela filha de Faraó.
No entanto, o faraó do Egito não queria libertar Israel, por conta disto, Deus começou a enviar pragas para manifestar julgamentos, e fazer-se conhecido na nação do Egito. O Senhor enviou nove pragas para a nação do Egito, e sempre a nação de Israel era poupada. Nove pragas não foram suficientes para faraó saber que o Senhor era Deus e deixar seu povo ir. Então Deus enviou a 10ª praga, a morte dos primogênitos.
O Senhor iria passar pelo meio do povo do Egito e ferir todos os primogênitos de homens como de animais. Haveria uma exceção para com o povo de Israel, mas para que fossem impunes a esta praga eles teriam que celebrar a Páscoa.
O segundo passo para entendermos o significado da páscoa é analisarmos o Contexto Lingüístico, isto é, o significado da palavra Páscoa. (pasah xs;Ûp')
A palavra páscoa significa passar por cima ou por alto. Várias passagens principalmente em Êxodo atestam isto: Ex. 12.13, quando eu vir o sangue passarei por vós; Ex. 12.23, passará o Senhor aquela porta; Ex. 12.27, é o sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel; Is. 31.5, o Senhor dos Exércitos protegerá a Jerusalém, protegerá e a livrará, e, passando, a salvará. Páscoa no contexto bíblico significa a ação misericordiosa de Deus em proteger o seu povo de um poder destruidor.
O terceiro passo para entendermos o significado da páscoa é analisarmos o Contexto Imediato da passagem de Êxodo 12.
A Páscoa simboliza a salvação de Deus para a nação de Israel. A Páscoa seria realizada no mês de Abide(março a abril), pois era lua nova, uma ótima oportunidade para a saída da nação de Israel. No dia 10 do mês cada família teria que pegar um cordeiro, sem defeito, e no dia 14 do mês iria o imolar. O sangue deveria ser colocado nas portas das casas e o restante da carne do cordeiro deveria ser comido assado ao fogo. O que sobrasse deveria ser queimado. Eles deveriam comer e ficar preparados, pois era a Páscoa do Senhor. O cordeiro era a figura principal desta salvação. Quando a praga passasse e visse o sangue, o povo seria livre do juízo de Deus. (13)       
A Páscoa também simboliza o juízo de Deus para a nação do Egito. (12.12-14) Deus iria passar pela terra do Egito e ferir os seus primogênitos. É interessante notar que a palavra passar quando se refere a nação do Egito é uma (‘abar - rb:å[')(Passar, movimentar) e quando se refere a Israel é usado outra palavra, páscoa (pasah xs;Ûp').
Note também que acrescido ao verbo passar está o outro ferir  (nagap - @g:n"). A raiz deste verbo indica um golpe, em geral aplicado por Deus, fatal ou calamitoso. É usada também como peste ou praga se referindo as pragas que Deus mandou sobre o Egito. Deus iria julgá-lo por todos os seus deuses.
O quarto passo para entendermos o significado da páscoa é analisarmos o Contexto Remoto, isto é, de toda a Bíblia.
A páscoa era uma festa a que deveria ser celebrada todos os anos pelo povo de Israel. Devido a infidelidade do povo ela passou a não ser tão valorizada. Durante o reinado de Josias, foi-se achado o livro da Lei, ocorrendo assim uma grande renovação espiritual, e a festa da páscoa foi celebrada de uma maneira muito especial, como um modo de cumprir a Lei de Deus (2 Rs 23.21.22).
Jesus como um cumpridor da Lei de Deus também celebrou a páscoa (Mt 26.17-30). Na ocasião Jesus indicou que alguém iria traí-lo e também falou do seu sacrifício por nós fazendo a ceia do Senhor que é celebrada até hoje pela cristandade.
Deus estabeleceu que a nação de Israel celebrasse a Páscoa, pois seria um memorial do dia em que Deus salvou a nação de Israel e julgou a nação do Egito.
Como você vê a Páscoa? Como uma festa dos judeus. Algo que aconteceu no passado e não tem nada a ver com hoje. Como um comércio? Oportunidade para ganhar dinheiro. Nesta época as pessoas gostam de gastar. Chocolate. Tem até para crentes. Como um feriado? É um feriado como todos os outros que temos no ano. Como um momento em família? Oportunidade para reunião de família. Vamos juntar todos, já que nos outros dias do ano todos estão muito ocupados.
O que a páscoa significa para nós?
Isaias 53.7 diz que o Messias era como um cordeiro mudo levado ao matadouro. João Batista ao ver Jesus diz: Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O apóstolo Paulo diz que Jesus é o nosso cordeiro pascal.
A Páscoa para o crente deve significar a salvação por meio de Cristo, e a punição daqueles que não o aceitaram. O sangue do cordeiro livrou a nação de Israel do destruidor, o sangue de Cristo nos livra do inferno. Através Da morte de Jesus e do seu sangue somos libertos da condenação do inferno.
A páscoa para o crente é um momento de reflexão sobre o grande sacrifício feito em nosso favor, momento de agradecermos a Deus pela grande bênção da salvação dada por meio de Jesus Cristo, o nosso cordeiro pascal.

sábado, 19 de março de 2016

O Espírito Santo, rios de água viva.



Das várias figuras que as Escrituras usam para comparar Deus está a água. Para os personagens bíblicos, Deus é uma fonte de água viva, um manancial de água cristalina e perene, o elemento mais usado pelo homem, e mais importante para sua sobrevivência, a água.
Em João 7 o Espírito Santo é comparado a um rio de água viva que flui no interior daqueles que creem em Jesus Cristo.
 João 7.37-39
37 No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba.
38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
39 Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.
Destes versos destaca-se três verdades:
1-      Jesus faz um convite
2-      Jesus mostra a excelência do convite
3-      João explica o significado do convite

No verso 37 João registra que esse convite feito por Jesus se deu no último dia da festa, se observares nos versos anteriores, notarás uma referência a festa dos Tabernáculos, que durava sete dias. Nesse período os judeus faziam tendas e moravam nelas, para lembrar o período em que viveram no deserto, quando saíram do Egito. Era comum o rito de tirar água e acender lâmpadas.
Usando esta prática dos judeus, Jesus faz um convite a eles: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba”. Jesus cita Isaías 55.1 onde Deus convida ao seu povo a saciar sua sede nEle.
Durante alguns séculos antes de Jesus, desenvolveu-se a tradição de que, nos sete dias da Festa dos Tabernáculos, um vasilhame de ouro cheio de água provinda do poço de Siloé, era levado em procissão pelo sumo sacerdote para o Templo.
Quando a procissão chegava ao Portão da Água no lado sul do átrio interno do templo, três toques de trombetas eram soados para marcar a alegria da ocasião, e o povo recitava Is 12.3: “Vós com alegrias tirareis, tirareis água das fontes da salvação”.
No templo repleto de espectadores, os sacerdotes marchavam em volta do altar com o vasilhame cheio de água, enquanto o coral do templo cantava os salmos 113-118. A água era oferecida em sacrifício a Deus na hora do sacrifício matutino. O uso da água simbolizava a bênção de chuva adequada para as plantações.
Jesus usou esse acontecimento como lição prática e oportunidade para fazer um convite público no último dia da festa para as pessoas o aceitarem como a água viva.
Se alguém tem sede, venha a mim e beba.

Jesus mostra o resultado na vida de quem aceita o seu convite. Diferente da expectativa do povo de bênçãos materiais provindos da chuva, Jesus mostra a excelência de suas bênçãos espirituais sobre a vida daqueles que aceitassem o seu convite.
38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Provavelmente Jesus está citando Isaías 58.11 que diz: O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam.
Para quem morava em um ambiente árido e dependente de água, essa mensagem de Jesus é muito impactante. E olhando as várias promessas de Deus para Israel no AT, notamos que sempre água e rios estão envolvidos.
Is 12.3: “Vós com alegrias tirareis, tirareis água das fontes da salvação”.
Is 43.20 “Os animais do campo me glorificarão, os chacais e os filhotes de avestruzes; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu escolhido”,
Is 44.3 - Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes;
Ez 47.1 - Depois disto, o homem me fez voltar à entrada do templo, e eis que saíam águas de debaixo do limiar do templo, para o oriente; porque a face da casa dava para o oriente, e as águas vinham de baixo, do lado direito da casa, do lado sul do altar.
Mas o que Jesus quis dizer com “do seu interior fluirão rios de água viva”. Esta é uma das passagens que agradecemos a Deus por já ter sua interpretação.
João faz a observação que Jesus estava se referindo ao Espírito Santo, viria sobre aqueles que cressem em nEle.
O Espírito Santo era uma promessa desde o Antigo Testamento. A passagem de Isaías 44.3 compara a vinda do Espírito como a água sobre a terra.
Is 44.3-4 - Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; e brotarão como a erva, como salgueiros junto as correntes de águas.
Jesus mostra muito claramente ser a fonte da água da vida, e o seu Espírito o rio de água viva. Como mencionamos, para uma terra seca e árida a ilustração da água causaria um impacto muito forte.
Jesus ainda acrescenta que o Espírito Santo, até aquele momento ainda não havia sido dado, pois Jesus ainda não tinha sido glorificado. O ministério pleno do Espírito Santo, só se daria quando Jesus fosse para o céu e o enviasse como o consolador.
Algumas lições:
Aqueles que ainda não creram em Jesus nunca desfrutarão de uma vida abundante, apenas uma grande seca.
Aqueles que creram em Jesus podem ter a certeza que o Espírito Santo transformará sua vida que é como um deserto, em um grande pomar.
Aqueles que creram em Jesus podem ter a certeza da habitação do Espírito Santo em sua vida. Na verdade, ele é o penhor da nossa salvação. Ef 1.13-14.
Aqueles que creram em Jesus devem zelar para que suas vidas exalem a vida plena do Espírito Santo.
Aqueles que creram em Jesus devem entender que vida plena em Jesus se dá pela ação espiritual do Espírito Santo produzindo nova vida e transformação a cada dia.
Aqueles que creram em Jesus precisam valorizar a vida no Espírito Santo, enchendo dEle, e nunca o entristecendo. 

sábado, 1 de agosto de 2015

Se o mundo vos odeia



Há algumas semanas o nosso Brasil sofreu um dos maiores ataques públicos dos últimos tempos ao cristianismo. Acredito que vocês já sabem de qual evento desastroso estou falando.
Neste evento demoníaco e carnal, patrocinado por muitas instituições conhecidas no país, os diversos símbolos da fé cristã foram profanados, ridicularizados, em atitude de repúdio e aversão aos princípios fundamentais das Sagradas Escrituras, como por exemplo, a família, e o casamento entre o homem e mulher, como foi estabelecido por Deus desde o princípio.
O meu objetivo neste pequeno artigo é justificar a atitude cristofóbica da massa brasileira naquela grande passeata, onde os símbolos de nossa fé foram profanados. Justificar? Como aquilo pode ser justificado? Para não correr o risco de errar, ou mesmo de falar o que eu acho ou não acho, vou apresentar a justificativa que Jesus deu para tais atos. Justificar não no sentido de defendê-los, mas de mostrar a razão pela qual eles foram realizados.
No capítulo 15 do evangelho de João, Jesus trata de dois assuntos: versos 1-17 fala o fruto do amor que eles deveriam dar, e dos versos 18 em diante trata sobre as perseguições que o mundo iria proporcionar aos seus discípulos por causa do seu nome. E nesta parte, Jesus justifica todos aqueles atos de profanação e ridicularização contra a fé cristã. O ódio do mundo.
Jesus apresenta três razões pelas quais o mundo nos odeia. O mundo nos odeia porque odeia Jesus, o mundo nos odeia porque não pertencemos a ele, o mundo odeia a Jesus e a nós porque não conhece a Deus.  
Ao afirmar que o mundo odeia os discípulos, Jesus estava se referindo as pessoas que são influenciadas pelas ideias satânicas, que vivem segundo a ordem mundana que é contrária aos valores de Deus. As pessoas influenciadas pelo sistema mundano iriam odiar os discípulos, i.é., sentir antipatia, mas não somente isso, iriam sentir uma hostilidade permanente. Iriam tratar os discípulos com aversão e até guerra.  
Jesus deixa muito claro que esse ódio permanente do mundo era devido ao ódio por Ele. Ele diz que primeiro o mundo o odiou, sendo o primeiro alvo do ódio do mundo.
O nome Jesus que carregamos tem esse poder de despertar ódio no coração daqueles que obstinadamente rejeitam os mandamentos de Jesus, que se recusam a dar ouvidos a voz do Espírito Santo de Deus, que preferem viver em suas práticas abomináveis a viver para honrar o nome de Jesus, que não aceitam ser contrariados, que são seguidores de Satanás e seguem seus ideais mundanos.
No verso 19 Jesus apresenta a segunda justificativa do ódio do mundo por nós: é que não somos do mundo. Jesus assegura a seus discípulos que se eles fossem do mundo, receberiam o amor do mundo, o mundo iria amá-los, aplaudi-los. Mas como Jesus os escolheu do mundo, eles seriam odiados.
O ódio do mundo por nós autentica a nossa origem celestial, é uma espécie de termômetro da vida espiritual dos discípulos.
Se o mundo nos odeia, é porque estamos fazendo nosso papel como cidadão celestial; se o mundo nos odeia, é porque como igreja estamos rompendo com as portas do inferno, estamos resgatando, com a mensagem redentora, os cativos de Satanás, estamos travando uma guerra contra as forças espiritais do mal, nas regiões celestiais.
Se o mundo nos odeia é uma prova que estamos guardando firme a nossa confissão de Fé, e não estamos abrindo mão dos princípios divinos. É uma grande prova que estamos indo na contra mão do sistema caído.
Não pertencemos a esse mundo, a igreja não pode ceder às pressões do mundo. A igreja não pode se adequar ao sistema mundano, a igreja não pode abrir suas portas ao mundo, mas sim o inferno é que tem que reforçar seus ferrolhos.
Jesus ainda apresenta uma terceira justificativa para o ódio do mundo. No verso 21, Jesus falando sobre a perseguição, vai enfatizar que eles farão isto por não conhecerem aquele que o havia enviado. O Deus PAI.
Nos versos 22 em diante, Jesus vai mostrar que o fato dele ter vindo e confrontado os seus pecados, eram indesculpáveis. Jesus veio aos judeus, anunciou-lhes as boas novas, expôs os seus erros, fez sinais e maravilhas, no entanto, ao invés de se arrependerem, eles passaram a odiar Jesus.
Se o mundo nos odeia é porque não conhece a Deus. De fato, o mundo não conhece verdadeiramente a Deus. Na verdade, há muitas igrejas que não conhecem a Deus, quanto mais o mundo.
Se hoje o mundo nos odeia é porque esse mundo sabedor de suas práticas pecaminosas, confrontados por elas, não quer se arrepender, não quer se voltar para Deus.
Se o mundo nos odeia, devemos dar glória a Deus, pois é uma prova que estamos fazendo a diferença, não nos conformado a Ele.
Se o mundo nos odeia, saiba que odeiam também a Jesus, ao Deus Pai, ao Espírito Santo, e irão prestar contas por isso.
Se o mundo nos odeia, em nenhum momento, sejamos recíprocos em relação aos sentimentos, pelo contrário, demonstremos amor a estas almas carentes de salvação. O mundo não precisa ser odiado por nós, ele precisa ser amado e alcançado com a mensagem que irá libertá-los da escravidão do pecado.

Francisco Soares Teixeira Júnior

  

 

   

quinta-feira, 25 de junho de 2015

SUPORTANDO OS SOFRIMENTOS E MANTENDO A FÉ COM A PALAVRA DE DEUS




O que fazer nos momentos de tristeza e angústia? O que fazer nos momentos de intenso sofrimento e dor? O que fazer quando as pessoas nos perseguirem e quiserem causar males a nossa vida? O que fazer quando nos sentirmos cansados de esperar que os tempos maus passem? O que fazer quando formos perseguidos injustamente? O que fazer quando a nossa vida estiver em risco de morte?
Apesar destas muitas perguntas gerarem muitas respostas, sendo estas diversas, houve um homem que respondeu para nós todas elas fundamentado em uma única solução.
Você sabe como podemos enfrentar as adversidades da vida? A resposta está no último texto da nossa campanha de oração, nos salmos 119.81-88.
Os Salmos 119 é o maior salmo da Bíblia, pois ele foi organizado dentro de um padrão literário chamado acróstico. Este salmo usa todas as letras do alfabeto hebraico (22), sendo que a cada grupo de oito versículos ocorre a mudança de letra, por isso que ao multiplicar 8 x 22 encontramos o total de versículos do salmo, 176.
Os versos de 81-88 estão na seção KAF, a décima primeira consoante do alfabeto. Neles o salmista mostra que somente com a Palavra de Deus podemos suportar os sofrimentos e manter a nossa fé em Deus.
Dos versos 81-84 o salmista descreve seus sofrimentos. Não sabemos especificamente quais eram seus sofrimentos, mas os resultados destes em sua vida ficam muito evidentes.
Ele relata que sua alma está desfalecida por aguardar a salvação de Deus. Ele também diz que seus olhos estão esmorecidos de esperar pelas promessas e o consolo de Deus
Tanto o verbo desfalecer quanto o verbo esmorecer são traduções da mesma palavra no texto do Antigo Testamento. Este verbo era usado para indicar uma coisa que é usada até o fim, algo que definhou, gastou-se, foi consumida.
O salmista tem uma sensação de esgotamento, sua espera pela salvação de Deus estava fazendo sua alma chegar ao fim, da mesma forma ele descreve sua atitude de esperar as promessas de Deus, seus olhos estavam esmorecidos, quer dizer, usados, gastados de tanto olhar, de tanto esperar.
Ele também se sente como um alguém inútil ao se comparar a um odre na fumaça – um recipiente que não serve mais, pois a fumaça e o calor fazia com que o odre de couro ficasse enegrecido e encolhido.   
Ele percebe quão sua vida é curta ao perguntar para Deus quantos seriam ainda os dias da sua vida e quando o Senhor iria fazer justiça aos seus perseguidores.
Apesar de todo o seu sofrimento e dor o salmista não se afogou, o salmista não caiu em uma profunda depressão, ou qualquer outras sídromes que são caracteríticas de nossa época. Mesmo em meio as aflições ele consegue reagir por reconhecer o grande poder da Palavra de Deus.  
Como vimos, apesar de sua alma está desfaleida, seus olhos esmorecidos, ele espera pelas promessas da Palavra de Deus. A ideia do termos esperar é descrita como alguém que aguarda longamente, esperar com confiança. Ele desistiria de olhar para o horiazonte, de onde viria sua salvação, por mais que sua visão estivesse embaçada, ou mesmo se não enxergasse mais nada, ele com os olhos da fé, estaria esperando o tempo necessário para Deus o salvar, pois confiava nas promessas da Palavra de Deus.
Apesar dele sentir-se inutilizado, ele não esquece dos decretos de Deus, quer dizer, ele não desconsidera Deus, não ignora seus mandamentos, não vai atrás de seguir outros deuses por estar com medo do sofrimento ou se sentir ameaçado. 
E mesmo percebendo quanto sua vida era curta ele espera pela justiça de Deus.  
Na segunda parte da seção KAF, o salmista descreve seus inimigos. Eles são perseguidores, soberbos, pois cavaram covas para ele, são injustos, pois os perseguem sem motivos, são cruéis, pois quase deram cabo dele, isto é, quase fizeram que a sua vida acabasse.
Mas, novamente encontramos reações do salmista mediante as ameaças e o caráter dos seus inimigos.  Ele entende a atitude dos inimigos - Não andam segundo a lei de Deus. Eles são descrentes, o que esperar dele? Ele entende a  veracidade dos mandamentos de Deus.
Ele não desiste da Palavra de Deus. Mesmo correndo risco de vida ele não deixa os preceitos de Deus, i.é., ele não solta a mão de Deus, ele não abandona Deus, continua firme, desejando ser vivificado, para guardar os mandamentos de Deus, pois ele crê no poder da Palavra de Deus.
Este salmo me fez perceber o quanto estamos distante de reconhecer o poder que a Palavra de Deus tem na vida daqueles que a buscam verdadeiramente, e o quanto não valorizamos a Palavra de Deus, seja por não lermos, por falarmos sobre ela, por não prestarmos atenção as pregações nos cultos, ou mesmo não obedecermos suas ordens, pois isso, fica o grande alerta para nós.
Como suportar os sofrimentos e manter a nossa fé em Deus? Amando, valorizando, não abandonando, e lendo a Palavra de Deus. Ela é o nosso grande tesouro, o bem mais valioso que o crente pode ter.  
Portanto, por maior que seja o teu sofrimento espera confiante na Palavra de Deus. Por mais que as tuas lutas esgotaram tuas forças, não esqueces da Palavra de Deus.






domingo, 24 de maio de 2015

Lembrado


Talvez hoje estamos correndo atrás de muitas coisas na vida, e estas ações intencionalmente ou não vão nos refletir para o meio em que vivemos, quer dizer, as pessoas vão criar uma imagem de nós a partir daquilo que podem ver externado nas nossas vidas.
Mas, como vamos ser lembrados? Tendo pretensão ou não, é fato que vamos ser lembrados, e talvez muito de nós estejamos procurando impressionar o mundo com as coisas fúteis desta vida, coisas que nos dão prazeres momentâneos, e que em sua essência são passageiras e que facilmente podem ser arrancadas de nós.
Como queremos ser lembrados? Como os grandes faraós, estamos acumulando títulos, riquezas, fama, grandes feitos, como se pudéssemos desfrutar deles na vida após túmulo. Tudo o que produzimos em termos de valores desse mundo, acabará durante e ao findar desta vida, e talvez sejamos lembrados por eles.
Nas Escrituras encontramos o registro da história de homem e pelo que ele foi lembrado. A história dele é riquíssima e cheia de lições espirituais para a vida.
Das várias intenções do autor do livro, gostaria de destacar ênfase dada por ele sobre a lembrança que devemos ter dele sempre que ouvirmos o seu nome. O que o autor destaca apesar de mencionar na sua história, não são os seus feitos, suas riquezas, sua influência, sua família, sua ascensão, seu declínio, sua restauração, mas algo que ninguém pôde tirar dele: “O SEU CARÁTER SANTO”.
Estou falando sobre Jó, sua história se deu no período dos patriarcas, mas o livro foi estruturado no período dos reis, por isso é considerado como poesia.
O caráter santo de Jó é destacado logo no início do livro pelo autor: Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal. Jó 1.1”. o autor ainda destaca que Jó tinha um cuidado especial com a vida espiritual de seus filhos, santificando-os e sendo um sacerdote dos seu lar: “Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava Jó a seus filhos e os santificava; levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente. Jó 1.5”.
             Na sequência o caráter santo de Jó é assunto duas vezes de conversa entre Deus e Satanás. “Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Jó 1.8”. “Perguntou o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Ele conserva a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa. Jó 2.3”.
            A santidade de Jó apesar de duvidada é reconhecida pelo próprio Satanás: Então, respondeu Satanás ao SENHOR: Porventura, Jó debalde teme a Deus?Jó 1.9”.
            A santidade de Jó também foi reconhecida por sua esposa: Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. Jó 2.9”.
            Os amigos de Jó também sabiam do seu proceder santo, apesar de o terem acusado de ter pecado. Olha o que diz Elifaz a Jó: Porventura, não é o teu temor de Deus aquilo em que confias, e a tua esperança, a retidão dos teus caminhos? Jó 4.6.
Em várias partes do livro podemos notar o entendimento e o compromisso de Jó com a santidade. Em Jó 28.28 Ele relata que Deus estabeleceu a sabedoria E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento. E no capítulo 31 ele apresenta um padrão ético de santidade que havia desenvolvido com o próximo e com Deus.
            Apesar de Jó hoje ser lembrado como alguém que teve paciência, como menciona Tiago, ele também deve ser lembrado muito mais por seu caráter santo,  que de fato o capacitou para ser paciente diante das provações que passou.
            E nós? Como queremos ser lembrados? Ou como vamos ser lembrados? O que queremos é o nosso desejo, aquilo que imaginamos de como vamos ser lembrados. Como vamos ser lembrados fala do resultado das nossas ações, que muitas vezes discordará dos nossos desejos.
            Com o tempo, os nossos títulos serão apenas papeis velhos e mofados, os nossos bens como algo que vamos deixar para os outros; os nossos feitos, obscurecidos por realizações maiores; a nossa fama evaporada.
            Mas sabe o que não podem tirado de nós? O que não será esquecido nesta vida e na eternidade? O nosso caráter santo, a nossa vida de temor a Deus. Deus nunca esquecerá de nós, da nossa vida de santidade a Ele, das nossas lutas contra o mundo, o Diabo e a nossa natureza pecaminosa.
            Acredito que é assim que devemos ser lembrados. Como homens e mulheres que tiveram uma vida de temor a Deus, como homens e mulheres que durante sua vida se desviaram do mal, que foram íntegros e retos diante de Deus e dos homens.

            Deus se lembrarás de nós, e o nosso desejo deve ser que Ele se lembre como Jó: “Observaste o meu servo _____________? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.”  .